Com o fim do auxílio emergencial, os bancos já trabalham com uma expectativa de alta na inadimplência a partir de abril. Outro motivo apontado pelos bancos para esse cenário é o fim do prazo de pagamento de programas de crédito do governo federal.
Informações são da Folha de São Paulo.
Fim do auxílio emergencial pode resultar em juros maiores e inadimplência
Dessa forma, os bancos já apostam em uma alta nas taxas de juros para os consumidores no ano que vem. Afinal, também há muita incerteza com relação ao cenário econômico e as incertezas fiscais para 2021.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o diretor de crédito imobiliário do Bradesco, Romero Albuquerque, afirmou, no entanto, que o “calote” será menor que o período de antes da pandemia.
“Acreditamos que haverá um aumento da inadimplência entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021”, afirmou.
Para o mercado financeiro, o auxílio emergencial limitou o aumento da inadimplência em 2020. Com dinheiro no bolso, os consumidores puderam sobreviver e pagar dívidas ao longo dos últimos meses.
Para se ter uma ideia, em outubro, a inadimplência ficou em 2,4%, enquanto em outubro do ano passado, esse indicador era de 3%. Ou seja, houve uma queda de 0,6 ponto percentual.
No entanto, sem a retomada do crescimento econômico e do emprego e com o fim do auxílio emergencial, o cenário é de incerteza.
De acordo com o superintendente de negócios do Sicoob, Luciano Ribeiro, também em entrevista à Folha, o fim do auxílio emergencial coincide com um período difícil para os brasileiros.
“Muitas contas pessoais, como o IPVA e o IPTU pressionam o bolso dos consumidores”, lembra.
Incerteza sobre cenário econômico prejudica o consumidor
Além do fim do auxílio emergencial, a incerteza do mercado financeiro com relação à economia do país pode impactar ainda mais o consumidor.
O diretor de produtos de crédito do Santander, Cássio Schmitt, afirma que o cenário poderá trazer “volatilidade nos preços de crédito”.
“Há a possibilidade de uma pressão inflacionária e nos juros. Prevemos alguma volatilidade, mas ainda em patamares confortáveis para a concessão de crédito”, disse.
Para Romero Albuquerque, há tendência de alta da taxa Selic, o que pode prejudicar investimentos das famílias, como o crédito imobiliário.
Quer continuar acompanhando notícias relacionadas ao universo financeiro? Então, assine a newsletter iDinheiro e ative as notificações em Push.