As oscilações de taxas importantes em 2021 — elevação da Selic, aumento inflacionário — afetam o bolso do brasileiro. Quem precisa recorrer aos empréstimos para segurar as finanças, precisa estar atento às opções no mercado para garantir os juros mais baixos.
Em ano de alta na Taxa Selic e de endividamento, o consumidor pode esperar maiores valores nas compras no crédito. Isso porque, quanto maior a inadimplência, maior a taxação aplicada pelos bancos. Funciona assim: como os bancos calculam o retorno financeiro a partir da taxa de crédito que disponibilizam, quem está com as contas em dia acaba pagando pelos inadimplentes.
Para entender melhor o que está em jogo, o iDinheiro escutou economistas, que avaliaram as alternativas para conseguir juros mais baixos em 2021.
O que esperar sobre empréstimos em 2021
Quem explica o que deve acontecer este ano é o economista Érico Veras, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Com o aumento da Selic, as taxas de juros devem subir”, considera Veras, também pesquisador em finanças comportamentais. “A expectativa é de que em 2021, a gente tenha taxas de juros mais altas nas linhas de créditos. Isso vai depender também da linha de crédito que o Governo disponibilize para recuperação da economia”, adiciona.
No ano passado, o empréstimo foi uma saída para algumas famílias brasileiras segurarem o orçamento durante a pandemia. Mas, em 2021, o cenário é outro. O professor de mercado financeiro e de capitais pela Trevisan Escola de Negócios, Rodrigo Siviéri, aponta para uma desaceleração da procura por crédito.
“Nos últimos meses do ano observou-se desaceleração. As concessões para pessoas físicas reverteram a trajetória de recuperação registrada desde junho, apresentando queda em dezembro e janeiro”, conta.
A procura pelo dinheiro extra afetou mais as parcelas mais carentes da população: nos cálculos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-Covid-19 (PNAD-Covid), 31% das famílias com renda entre meio e um salário mínimo tiveram o empréstimo negado nas instituições financeiras.
Para comparação: os domicílios com renda maior que quatro salários mínimos, tiveram negativa de apenas 3,1%. Os dados foram organizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entenda melhor sobre os juros de empréstimos
Independentemente da instituição financeira, os empréstimos pessoais estão sujeitos a algumas taxações. IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), taxa administrativa, taxa de abertura de créditos e seguros relacionados à transação compõem o Custo Efetivo Total (CET), valor que o consumidor deve se atentar, para além simplesmente dos juros.
Entender o funcionamento do CET é importante para não ser pego de surpresa pelas taxações, atenta o professor Rodrigo. “Nunca olhe somente para a taxa de juros que a instituição anuncia, mas sim para o custo efetivo total da transação”, adiciona o docente.
Isso porque as instituições “comercializam” os empréstimos com uma determinada taxa mensal. “Falam de X%, porém, na maioria das vezes essa taxa nunca representará o CET da transação”, detalha. Érico complementa: “Isso significa que a taxa final pode ficar mais alta que a taxa real”.
Além disso, há outro fator que afeta a taxação dos juros — o histórico de pagamento do consumidor. O score de crédito retrata de maneira bem eficiente o risco que a instituição está correndo. “A instituição consegue realizar uma ‘predição’ do nível de risco que está correndo em determinada operação, podendo assim, oferecer taxas menores para os clientes que possuírem um score maior”, salienta Rodrigo.
É necessário, portanto, que a escolha de seguir com o empréstimo seja pensada com calma, avaliam os especialistas. A procura pela modalidade deve acontecer em situações emergenciais, quando o empréstimo é a única alternativa, recomenda Rodrigo.
“Se você estiver fazendo um empréstimo para pagar dívidas, é interessante você fazer um empréstimo com a taxa mais baixa do que a dívida que você tem e observar que essa prestação faz parte do seu orçamento”, acrescenta Érico.
E o que é preciso para conseguir empréstimos com juros baixos?
Em adição a saber sobre o que está sendo cobrado na taxação, o consumidor precisa ter em mente a saúde financeira. Por isso, evitar comprometer uma parte significativa da renda reduz a chance de endividamento a longo prazo. A quantidade de parcelas também pode balançar o orçamento de casa. O ideal é sempre optar pelo menor prazo possível.
Os especialistas ouvidos pelo iDinheiro trazem quatro dicas para conseguir uma taxa de juros mais atrativa.
1. Melhore o score de crédito
A relação entre o score e a taxa de juros é inversamente proporcional. Então, ser um bom pagador pode tornar a sua proposta mais confiável para o banco. Saiba como aumentar seu score de crédito.
2. Pesquise as melhores taxas para conseguir empréstimo com juros baixos
Ter cautela é essencial antes de entrar em contato com as instituições financeiras. Pesquise com antecedência as melhores taxas disponíveis para o seu perfil.
A equipe do iDinheiro já listou as melhores empresas para empréstimo online e também os melhores bancos para conseguir empréstimo .
3. Se possível, fale diretamente com o gerente para garantir juros baixos
Escolhida a instituição financeira, o recomendado é entrar em contato cara a cara com o gerente. As taxas disponíveis nos aplicativos, na maioria das vezes são maiores do que as praticadas internamente devido a maior facilidade de contratação.
4. Considere utilizar algum bem como garantia
Empréstimos são operações com risco de inadimplência. Por isso, os bancos ou fintechs podem se sentir mais confiáveis em oferecer taxas menores com uma contrapartida.
Quer continuar acompanhando as notícias sobre empréstimos com juros baixos? Então, não deixe de assinar a newsletter do iDinheiro e ativar as notificações push.