O Banco Central divulgou nesta quinta-feira, 29, que o volume total do crédito bancário registrou alta em março.
No mesmo período, entretanto, as concessões de novos empréstimos desaceleraram no ritmo de crescimento e a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras avançou.
De acordo com o Bacen, o volume total do crédito bancário subiu 1,5% no mês passado – passando de R$ 4,045 trilhões em fevereiro para R$ 4,104 trilhões. Essa alta reflete crescimento diretamente no estoque total para pessoas físicas (crescimento de 1%, chegando a R$ 2,3 trilhões) e empresas (crescimento de 2%, passando para R$ 1,8 trilhão).
A taxa de inadimplência média registrada em março pelos bancos também registrou queda, passando de 2,3% em fevereiro para 2,2% em março nas operações de crédito. No caso de pessoas físicas especificamente, essa inadimplência caiu de 3% para 2,9%; enquanto no caso das empresas, ela recuou de 1,4% para 1,2% na comparação entre fevereiro e março.
Desaceleração nas concessões de novos empréstimos com crédito bancário
Ainda que o crédito total tenha registrado crescimento, as concessões de novos empréstimos somaram R$ 371,745 bilhões em março, o que representa uma desaceleração em termos dessazonalizados.
Em janeiro e fevereiro, as concessões haviam avançado 1,78% e 6,09%, enquanto em março cresceram somente 0,95%.
Nos últimos 12 meses, o volume de crédito bancário registrou, no total, um aumento de 14,5%, o que demonstra uma redução no ritmo de crescimento. No mesmo período, o estoque dos empréstimos bancários avançou 16,1%.
Para 2021, o Banco Central estima que o crédito bancário expanda 8%, contra 15,5% avançados no ano passado por conta dos efeitos da pandemia e da maior busca por crédito no início do distanciamento social.
Em 2020, o governo federal aportou R$ 58 bilhões em cotas de fundos garantidores dos empréstimos. Já para este ano, a previsão até o momento é de somente R$ 5 bilhões.
Juros bancários sobem em março
Os juros bancários médios com recursos livres, sem levar em consideração os setores habitacional, rural e BNDES, subiram de 28,1% ao ano (em fevereiro) para 28,6% ao ano (em março) para pessoas físicas e empresas – uma alta de 0,5 ponto percentual.
O avanço ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia também aponta para uma alta. A taxa Selic começou a subir somente no mês passado em 2021, registrando 2,75% ao ano.
Para pessoas físicas, os juros médios passaram de 40,1% ao ano (em fevereiro) para 41% ao ano em março. Para as empresas, essa taxa permaneceu em 13,8% ao ano.
Taxa do cheque especial recua
No cheque especial de pessoas físicas, a taxa registrou 121% ao ano em março, comparada a 124,9% ao ano registrada em fevereiro. Neste caso, o Banco Central adotou um teto para os juros.
Já nas operações com cartão de crédito rotativo (quando não há o pagamento total da fatura na data do vencimento), também para pessoas físicas, os juros bancários subiram de 326,8% ao ano (em fevereiro) para 334,9% ao ano em março – seguindo em patamar proibitivo.
Segundo o Bacen, o spread bancário médio com recursos livres foi reduzido de 22,9 pontos percentuais em fevereiro para 22,5 pontos percentuais em março. Esse spread é a diferença entre o quanto os bancos cobram dos clientes e o quanto pagam por seus recursos, composto pela taxa de inadimplência, custos, depósitos compulsórios, tribudos federais e lucro dos bancos.
Nas movimentações com pessoas físicas, o spread permaneceu em 34,5 pontos percentuais tanto em fevereiro, quanto em março, seguindo em um patamar elevado para os padrões globais.
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