De acordo com o desejo do Banco Central (BC), a participação de cooperativas no sistema financeiro deve crescer até 2022.
O segmento, que representa atualmente 10% do setor, deve chegar a dobrar de tamanho, chegando a 20% em pouco mais de um ano.
Essa iniciativa, inclusive, faz parte da agenda de competição da autoridade monetária, aplicada com o objetivo de descentralizar o sistema financeiro brasileiro.
Com isso, as flexibilizações para as cooperativas no sistema financeiro devem se tornar mais simples, visando justamente a ampliação desse mercado.
Cooperativas de sistema financeiro devem poder atuar em todo o país
De acordo com o diretor de fiscalização do BC, Paulo Souza, as cooperativas de sistema financeiro que esperam a aprovação de leis complementares devem receber a permissão para ter sedes e associados em qualquer lugar do Brasil.
Esse processo poderá ser realizado desde que possam fornecer assistência aos usuários por meio digital, como praticadas por instituições como Sicoob e Sicredi.
“O objetivo é melhorar a organização sistêmica das cooperativas e dar mais liberdade de atuação. Ao mesmo tempo, elas poderão andar em blocos e se integrarem”, disse Souza à Folha de S. Paulo.
Inclusive, esse projeto deve aumentar a participação das cooperativas no sistema financeiro nas regiões Norte e Nordeste de 13% para 25%, mostrando uma área de crescimento ainda mais significativa.
“Em alguns lugares do Sul, em linhas como capital de giro, as cooperativas têm mais de 50% de representação”, reiterou o entrevistado ao veículo de comunicação.
Estratégias para o crescimento das cooperativas
Para Souza, as cooperativas começaram a ganhar maior espaço no mercado financeiro após conseguirem captar recursos por meio de outros produtos, como a poupança e, mais recentemente, o crédito imobiliário.
Afinal, quando o correntista deposita dinheiro na poupança, o banco é obrigado a direcionar parte desses recursos para o crédito rural ou imobiliário.
“Muitas vezes o cooperado não sabe quais são as linhas disponíveis ou a cooperativa não tem recursos suficientes para emprestar a quantia que o associado necessita. As mudanças vão facilitar nesse sentido também”, disse.
Um dos maiores desafios e alternativas de crescimento desse mercado está no investimento de soluções voltadas para o público de baixa renda.
Segundo o diretor, a maior parte dos associados desse segmento possuem renda superior a dez salários mínimos.
O objetivo do BC em dois anos é que metade dos cooperados sejam de baixa renda, visando maior integração com produtos financeiros e desbancarização nacional.
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