A cesta básica ficou mais cara em todas as capitais brasileiras em 2020, aponta a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A menor alta foi registrada em Curitiba, onde os produtos da cesta ficaram 17,76% mais caros. Por outro lado, Salvador e Aracaju tiveram o maior encarecimento: de 32,89% e 28,75%, respectivamente.
Na maior cidade do Brasil, São Paulo, a alta no acumulado de 2020 foi de 24,67%. Confira o ranking completo:
- Salvador: 32,89%
- Aracaju: 28,75%
- Campo Grande: 28,08%
- Belo Horizonte: 27,79%
- João Pessoa: 27,21%
- Brasília: 24,88%
- São Paulo: 24,67%
- Goiânia: 23,98%
- Fortaleza: 23,37%
- Porto Alegre: 21,6%
- Belém: 20,95%
- Florianópolis: 20,3%
- Vitória: 20,21%
- Rio de Janeiro: 20,15%
- Natal: 19,55%
- Recife: 19,2%
- Curitiba: 17,76%
De acordo com o Dieese, o encarecimento dos alimentos em todas as capitais foi consequência da desvalorização cambial e do alto volume das exportações. Além disso, os períodos de estiagem e de chuvas intensas também impactaram os preços dos alimentos.
Por fim, o auxílio emergencial e o isolamento social também foram fatores que contribuíram para a inflação dos alimentos. Isso porque, ambos fizeram com que a procura por mantimentos nos supermercados aumentasse e, por conseguinte, os preços se elevassem.
Os itens que mais encareceram ao longo de 2020 foram a carne bovina de primeira, o leite UHT, a manteiga, o arroz, o óleo de soja, a batata, o açúcar, a farinha de trigo, o pão francês e o tomate, ainda de acordo com o Dieese.
Cesta básica em dezembro de 2020
Na análise do mês de dezembro de 2020, a capital que registrou o maior encarecimento da cesta básica foi João Pessoa, com alta de 4,47% na comparação com o mês anterior. Por outro lado, em Campo Grande, os alimentos ficaram 2,14% mais baratos.
Confira o ranking completo:
- João Pessoa: 4,47%
- Brasília: 3,35%
- Belém: 2,96%
- Belo Horizonte: 2,93%
- Recife: 1,38%
- Goiânia: 1,14%
- Natal: 0,74%
- Aracaju: 0,41%
- São Paulo: 0,36%
- Porto Alegre: -0,22%
- Florianópolis: -0,23%
- Fortaleza: -0,81%
- Vitória: -1,04%
- Curitiba: -1,27%
- Rio de Janeiro: -1,36%
- Salvador: -1,85%
- Campo Grande: -2,14%
Poder de compra
A cesta básica mais cara do país em dezembro foi a de São Paulo. Por isso, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para conseguir viver com dignidade na cidade deveria ser de R$ 5.304,90 – ou 4,8 vezes o valor vigente, de R$ 1.100.
De acordo com o órgão, o cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
O tempo médio necessário de trabalho para adquirir os mantimentos da cesta básica foi, em dezembro, de 115 horas e 8 minutos. Esse dado leva em consideração o conjunto das capitais analisadas e um trabalhador que recebe um salário mínimo para trabalhar 220 horas por mês.
Em novembro, por outro lado, o tempo necessário de trabalho era inferior: de 114 horas e 38 minutos.
Na comparação do custo da cesta com o salário mínimo líquido (ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, de 7,5%), o Dieese concluiu que, em dezembro, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu 56,67% do pagamento apenas para a compra de alimentos. Em novembro, semelhantemente, esse percentual foi de 56,33%.
Com informações de Agência Brasil.
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