Bolsonaro pediu demissão do presidente do Banco do Brasil; Guedes tenta reverter

O presidente do Banco do Brasil, André Beltrão, foi demitido por Bolsonaro. Ainda não há comunicado oficial, pois o ministro da economia tenta reverter.

Escrito por Rodrigo Salgado

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não está satisfeito com os “efeitos políticos” da gestão de André Beltrão como presidente do Banco do Brasil e pediu que ele seja afastado do cargo. Informação foi dada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República na tarde desta quinta-feira.

Conforme a nota, ainda não há um comunicado oficial da demissão porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta reverter a demissão.

O afastamento foi motivado pelo anúncio de demissão de 5 mil funcionários do Banco do Brasil e o fechamento de 361 unidades, entre agências, postos de atendimentos e escritórios.

Bolsonaro tem discutido a mudança no comando com o ministro da Economia, Paulo Guedes – que é defensor da gestão de Brandão e autorizou as demissões e os fechamentos. Entretanto, o presidente ficou irritado com a medida, que faz parte do “planejamento de reestruturação” do banco.

Na visão de Bolsonaro, de acordo com apuração da jornalista Andreia Sadi, do Grupo Globo, as demissões e os fechamentos podem provocar desgaste político no ano anterior às eleições. Dessa forma, o presidente tem pressa para a saída de Brandão.

A escolha de Brandão para a presidência do Banco do Brasil foi feita por Guedes, com participação de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

O atual chefe do BB é bem visto por Guedes, Campos Neto e pelo mercado, mas não teria levado em conta a “dimensão política” das medidas envolvendo o Banco do Brasil.

Nesse embate, a equipe econômica tenta botar panos quentes e reverter a situação, com o intuito de manter Brandão no cargo. Ainda assim, o ministério enxerga dificuldades, já que o presidente nunca foi defensor do nome dele para o comando da instituição.

Demissões e fechamentos do Banco do Brasil

O BB anunciou na última segunda-feira, 11, que fará um programa de demissão voluntária de pelo menos cinco mil funcionários até fevereiro. Além disso, fechará 361 unidades – sendo 112 agências, 242 postos de atendimento e sete escritórios.

Nesse sentido, 243 agências se tornarão postos de atendimento e oito postos de atendimento serão transformados em agências. Haverá, também, a transformação de 145 unidades de negócios em lojas Banco do Brasil, sem guichês de caixas.

O banco anunciou, ainda, que criará 28 unidades de negócios, sendo 24 especializadas em agronegócio. Ainda não há informações mais detalhadas sobre as localidades das unidades que sofrerão os impactos.

“A reorganização da rede de atendimento objetiva a sua adequação ao novo perfil e comportamento dos clientes“, justificou o banco em comunicado. A estratégia, de acordo com a instituição, é fortalecer os canais digitais e repensar a dinâmica dos atendimentos físicos.

A pandemia acelerou esse processo; segundo o BB, as transações em guichês caiu 42% desde 2016, enquanto o uso do digital dobrou nesse mesmo período e já corresponde a 82% do total.

“Essa tendência não apenas continua como se acentuou fortemente durante a pandemia, antecipando em mais de um ano nossas projeções de uso dos canais digitais”, complementou a instituição.

O banco estima que, com as medidas, haja uma economia anual de R$ 353 milhões em 2021 e de R$ 2,7 bilhões até 2025.

A instituição fará duas modalidades de desligamento incentivado voluntário aos funcionários. Para os clientes, não haverá nenhuma diferença: as mudanças de agência ocorrerão automaticamente.

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