A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve abrir nesta terça-feira, 23, uma nova consulta pública, com o objetivo de discutir os valores das bandeiras tarifárias neste ano. Esse mecanismo, quando acionado, gera aumento na conta de luz nos períodos em que a oferta no sistema está baixa.
O sistema já é conhecido pelos brasileiros desde 2015, quando criaram diferenciações entre as bandeiras verde, amarela e vermelha. Cada uma delas representa a cobrança de um valor extra para os usuários, o que varia de acordo com as condições da geração de energia em todo o território. Os valores associados às bandeiras são atualizados anualmente.
Desta vez, segundo proposta preliminar avaliada pela área técnica da Aneel poderá haver um aumento de 10% na cobrança associada à bandeira vermelha e até 21% para a chamada bandeira vermelha nível 2 – a última prevista pelo sistema. Informação foi obtida pela Reuters.
A boa notícia fica por conta da bandeira amarela. Segundo a sugestão dos técnicos da Aneel, a categoria poderá ter redução de 26%. A aprovação dessa proposta, porém, deverá ser apreciada pela diretoria da agência – que ainda discutirá nesta terça-feira se haverá uma abertura de consulta ao público sobre as mudanças.
Saiba como poderá funcionar o aumento na conta de luz
Caso a nova proposta da área técnica da Aneel seja colocada em prática, os valores na conta de energia poderão variar bastante.
Atualmente, as tarifas cobradas aos consumidores estão no nível amarelo – o que gera uma cobrança extra de R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora utilizados. Com a mudança, esse valor mudaria para R$ 0,996 a cada 100 quilowatts-hora, representando uma redução no preço.
A bandeira vermelha 1 sofreria um aumento: atualmente com valor de R$ 4,169 a cada 100 kwh, ela passaria a custar R$ 4,599 a cada 100 kwh. Já no caso da bandeira vermelha nível 2 esse aumento na conta de luz seria ainda maior, passando de R$ 6,243 para R$ 7,571.
Vale lembrar que a possibilidade de alteração nos valores da conta de energia para este ano poderá ocorrer em um momento em que tanto a Aneel, quanto especialistas no setor, já apontam que a elevação estará acima da inflação mesmo após medidas do governo que procuraram aliviar esses reajustes.
Alta nos preços já era esperada
Em janeiro, o iDinheiro já havia noticiado que a conta de luz deveria continuar alta na maior parte do ano devido à redução das chuvas em todo o país.
Com os reservatórios abaixo da média histórica, é preciso acionar as usinas termelétricas para complementar a geração de energia. Esse acionamento é feito a base de gás natural, diesel, óleo combustível e carvão, o que acaba aumentando o custo da operação como um todo.
De acordo com especialistas, a redução das chuvas não é uma tendência nova e vem se acumulando pelo menos nos últimos 10 anos. Apesar disso, a curto prazo, eles não preveem uma grande crise no setor como a enfrentada no início dos anos 2000, quando houve racionamento de energia.
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