Os brasileiros estão cada vez mais investindo em aplicações fora do país. Isso porque, embora o Brasil tenha dimensões continentais, apenas 1% das empresas listadas no mundo estão na B3.
Isso não era um problema enquanto os investidores conseguiram retornos polpudos com alta liquidez e pouquíssimo risco na renda fixa. No entanto, com a taxa de juros cada vez mais baixa, a falta de opções começou a pesar.
É nesse cenário que o pequeno investidor passou a olhar mais longe, impulsionando a nova tendência. Para 2021, uma das mudanças mais aguardadas é a permissão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que fundos de varejo coloquem 100% dos recursos em ativos no exterior.
Isso aumentará a gama de possibilidades dos investidores considerados “normais”, os que não têm certificação técnica ou que possuem menos de R$ 1 milhão em aplicações financeiras.
Com informações da Exame.
Aplicações fora do país: diversificação deveria ser opção para todos os tipos de investidores, diz executivo
Na opinião do CEO e diretor de investimentos da gestora voltada para ativos no exterior GeoCapital, Daniel Martins, ter ações internacionais na carteira é importante, porque aumenta o grau de diversificação. “Deveria ser uma opção para todos, independentemente do tamanho do investidor”, afirmou ele em entrevista à Exame.
Na pandemia, as pessoas buscam o mercado norte-americano não só por conta do retorno, mas também por segurança. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), até novembro, o segmento de fundos de investimento no exterior aumentou o patrimônio líquido em R$ 100 bilhões, 20% a mais do que o registrado no fim de 2019.
“O brasileiro mudou de patamar e entendeu que seus investimentos não precisam ficar reféns de reformas, de falas de ministro”, disse também à Exame o estrategista-chefe da Avenue Securities, corretora pioneira em abrir as portas dos Estados Unidos para brasileiros do varejo, William Castro Alves.
Tendência deve seguir forte, pelo menos, nos próximos dois anos
A tendência de investimento fora deve seguir forte, pelo menos, nos próximos dois anos, devido à taxa de juros baixa no país. Mesmo fatores como a forte variação do câmbio não devem surtir efeito relevante. Isso porque esse tipo de aplicação faz parte de uma estratégia de longo prazo.
Para ter uma ideia, em novembro, mês em que o dólar teve a maior queda mensal do ano, a B3 registrou crescimento recorde de investidores em ações estrangeiras negociadas por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Com a liberação do ativo para pequenos investidores, o número de pessoas físicas que investem em BDRs saltou 105%.
A gama de BDRs listados na B3 tem nomes como Amazon, Apple, Netflix, Tesla e McDonald’s e já supera a de ações.
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