Você pensa sobre sua aposentadoria, mas tem dúvidas se a previdência privada vale a pena? Essa é uma dúvida comum. Afinal, é preciso garantir um futuro tranquilo, mas nem sempre parece fácil fazer isso.
Em 2022, quase 11 milhões de brasileiros investiram em algum plano de previdência, o que representou uma captação bruta de R$ 156 bilhões, segundo dados da Fenaprevi.
Com o crescente interesse dos cidadãos em cuidar do seu futuro, entender como funcionam produtos como a previdência privada se torna fundamental para fazer as escolhas certas para o seu dinheiro. Por isso, trouxemos, neste conteúdo, todas as informações necessárias para você decidir. Acompanhe!
O que é a previdência privada?
A previdência privada é um fundo de investimento com características específicas, normalmente utilizado para investimentos de longo prazo, como o objetivo de incrementar a aposentadoria do INSS.
De toda forma, o valor pode ser utilizado para a conquista de vários objetivos, como, por exemplo, um fundo de reserva para o futuro dos filhos. Ou seja, não é específico para a aposentadoria.
A diferença entre a previdência privada e os fundos de investimentos comuns se dá por fatores importantes, como:
- possibilidade de benefício fiscal (PGBL);
- previdência não passa por inventário;
- possibilidade de escolha do tipo de tributação (progressiva ou regressiva).
Por isso, é importante analisar esses pontos para entender se um plano de previdência privada vale a pena para você.
Como os planos funcionam?
Para entender melhor a previdência privada, é preciso conhecer os dois planos disponíveis. As opções são:
PGBL
É o Plano Gerador de Benefício Livre, que permite a dedução de até 12% da renda tributável na declaração completa do Imposto de Renda (IR). Por isso, é indicado para quem entrega o formulário completo ou paga muito imposto de renda.
Como é feito esse abatimento anual, na hora de resgatar o plano, há cobrança de IR sobre o montante total. Isso significa que a incidência é válida para o investimento inicial, os aportes e a remuneração.
VGBL
É o Vida Gerador de Benefício Livre. Nesse tipo de plano não é possível fazer deduções. Por isso, é indicado para quem tem uma renda mais baixa ou quer investir mais do que 12% da sua renda tributável. Além disso, é recomendado para quem entrega o formulário simplificado do IR.
Em contrapartida, no momento do resgate, o IR é cobrado somente sobre o lucro gerado pelo fundo.
Se você quer entender mais a fundo sobre os planos de previdência, leia: PGBL ou VGBL: entenda as diferenças e saiba qual é o melhor plano de previdência privada.
Como é feita a tributação?
A tributação do plano depende do fundo de previdência privada escolhido. Geralmente, são cobradas taxas de administração e carregamento. A primeira é voltada para a gestão feita. A segunda, para os aportes realizados.
No entanto, existem alternativas que isentam a taxa de carregamento. É interessante procurar instituições que oferecem esse benefício, pois a cobrança pode fazer uma diferença considerável no aporte.
Além disso, é preciso escolher a tabela de tributação do IR. Ela pode ser progressiva ou regressiva e deve ser escolhida de acordo com o tempo que o investidor pretende deixar o dinheiro investido.
A tabela progressiva tem uma alíquota alta para quem ganha mais, pois é cobrada de acordo com a renda:
Base de cálculo | Alíquota do IR | Parcela dedutível |
---|---|---|
Até R$ 1.903,98 | Isento | 0 |
De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 | 7,5% | R$ 142,80 |
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 | 15% | R$ 354,80 |
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 | 22,5% | R$ 636,13 |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% | R$ 869,36 |
Por sua vez, a tabela regressiva tem uma alíquota atrelada ao tempo de duração do investimento. Veja como fica:
Tempo de Acúmulo de Capital | Alíquota aplicada |
---|---|
0 – 2 anos | 35% |
2 – 4 anos | 30% |
4 – 6 anos | 25% |
6 – 8 anos | 20% |
8 – 10 anos | 15% |
> 10 anos | 10% |
Contratar um plano de previdência privada vale a pena?
A contratação do PGBL ou do VGBL depende da consideração de vantagens e desvantagens:
Vantagens | Desvantagens |
---|---|
Planos para todos os perfis | Pode ter taxas altas |
Possibilidade de transferência entre instituições | Tem carência para resgate |
Benefício fiscal (PGBL) | Rentabilidade pode ser baixa |
Não passa por inventário | Alíquota do IR pode ser alta |
É fundamental pensar nos dois aspectos antes de decidir. Em geral, a previdência privada vale a pena para quem:
- se preocupa com sucessão patrimonial;
- quer deixar uma renda imediata para os herdeiros;
- pode fazer uso do benefício fiscal;
- tem pouco conhecimento sobre investimentos;
- busca uma renda passiva simplificada.
Por outro lado, um plano previdenciário pode não ser o melhor caso você:
- não tenha herdeiros;
- não tenha renda suficiente para aproveitar o benefício fiscal;
- seja capaz de escolher investimentos mais compatíveis com seu perfil;
- prefira a renda passiva gerada por ações e fundos imobiliários, por exemplo.
No fim das contas, analise as taxas e compare as características. Desse modo, você tem mais chance de alcançar bons resultados e ver que, em muitas situações, a previdência privada vale a pena.
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