Mercado de ações para iniciantes: entenda como funciona!

A bolsa de valores é o investimento com o maior potencial de ganhos. Confira como funciona o mercado de ações, como comprar e mais!

Escrito por Melissa Nunes

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Você certamente já ouviu aquela máxima “não trabalhe pelo dinheiro, faça o seu dinheiro trabalhar por você”, certo? Pois a bolsa de valores é, sem dúvida, a modalidade de investimento que pode te entregar a maior possibilidade de ganhos.

Dentre os ativos negociados em bolsa, está o mercado de ações, que é também o mais popular. Assim, muitos investidores iniciantes se interessam em aprender como operar e se tornar um acionista de uma grande empresa de capital aberto.

Para lhe ajudar a ingressar nesse mundo, confira o que você precisa saber a respeito do seu funcionamento e como ganhar dinheiro (ou não) nesse ambiente!

O que é mercado de ações e para que serve?

O mercado de ações é o ambiente na bolsa de valores onde se negociam as frações das empresas de capital aberto nela listadas. Hoje, é só somente um ambiente virtual, bem diferente dos famosos “pregões viva voz” que costumávamos ver nos filmes.

Antigamente, as negociações eram feitas via telefone, pelos operadores. Agora, o mercado de ações funciona remotamente e você pode comprar e vender ativos do seu celular, com muita facilidade e pouco dinheiro.

Como funciona o mercado de ações?

Quando uma empresa quer levantar recursos para o seu negócio, uma das maneiras de alcançar isso é lançando parte de suas ações na bolsa de valores, ou seja: tornando-se uma S/A, ou companhia de canal aberto.

Para isso, é realizada uma operação da qual você já pode ter ouvido falar, que é o IPO, sigla, em inglês, para oferta pública inicial. A partir daí, eu, você e qualquer pessoa podemos comprar as frações dessa empresa, de acordo com a quantia que estivermos dispostos a investir. Sendo assim, nos tornamos realmente sócios dela, em maior ou menor medida, de acordo com a quantidade de ativos que comprarmos.

Esse movimento representa o mercado de capitais, usado pelas empresas para captar recursos financeiros para as suas atividades. Em relação às ações, existem duas formas de negociar: nos mercados primário e secundário.

Mercado primário

É justamente quando a empresa faz seu lançamento de ações via IPO, que citamos acima. Esse primeiro momento, onde os investidores fazem suas reservas de quantos papéis gostariam de adquirir, é chamado de mercado primário. É o momento onde a companhia vende os ativos diretamente para os investidores.

Mercado secundário

Depois que as ações são lançadas na bolsa de valores, os investidores podem passar a comprar e vender os papéis entre si, quantas vezes e na quantidade que quiserem. Esse é o denominado mercado secundário.

Esta é a forma mais comum de negociar, e é de onde saem as cotações diárias que vemos na televisão, por exemplo. Para operar no mercado secundário, basta ter acesso à plataforma chamada home broker, que faz parte dos serviços oferecidos pelas corretoras de valores.

Por que os preços variam?

As negociações no mercado secundário são justamente o que fazem os preços das ações subirem ou caírem. Esse é um ponto que costuma gerar muitas dúvidas, principalmente entre os investidores iniciantes, que às vezes acham que existe alguém que arbitra os preços ou que eles se regulam automaticamente de acordo com o desempenho das empresas. Nada disso!

Mas, como acontece, afinal? Muito simples: os valores dos ativos oscilam exatamente da mesma maneira que qualquer outro produto do mercado – pela lei da oferta e da demanda.

Quanto mais gente quer comprar uma ação, mais ela se valoriza, pois estão dispostas a pagar mais pelo ativo. Quanto mais pessoas querem vender, mais ela se desvaloriza, pois desejam se desfazer do ativo.

É o balanço entre tudo isso que faz a cotação dos papéis oscilarem para cima e para baixo. Já a “vontade” de comprar ou vender vai depender de inúmeros fatores, como: qualidade da empresa, resultados financeiros recentes, expectativa de crescimento, notícias, etc.

Em geral, o preço de uma ação está relacionado a aspectos intrínsecos de cada empresa, que são estudados no que chamamos de análise fundamentalista. Mas também há quem prefira especular, visando lucrar no curto prazo, e, para isso, utiliza-se a análise técnica ou gráfica.

Como se pode perder dinheiro com ações?

Quando você compra uma ação e, por algum motivo, ela se desvaloriza, você vai ver o seu patrimônio cair. Isso (ainda) não significa que você tomou prejuízo. Você só irá concretizar esse resultado quando vender, de fato, o papel por um preço abaixo daquele que você pagou.

Haverá momentos em que você precisará, sim, vender um ativo e aceitar a perda, para evitar prejuízos maiores. E também poderá ter cenários onde, por mais que ação esteja em queda, momentaneamente, por movimentos de mercado, você precisará ter paciência, já que eles não representam problemas reais com a empresa.

De qualquer forma, perder todo o seu dinheiro no mercado de ações é algo muito improvável, já que uma empresa sempre terá algum valor, mesmo que pequeno. Caso haja algum problema sério, é possível se desfazer os ativos antes que seja tarde demais, pois a desvalorização acontece gradualmente, ao longo de semanas ou até anos.

Como investir no mercado de ações?

Para investir em ações, basta ter uma conta em uma corretora ou em um banco que ofereça essa modalidade. E é aí que está um dos maiores benefícios que esse mercado proporciona na atualidade: a praticidade.

Com certeza, você já deve ter visto muitas imagens antigas do tradicional “pregão viva voz”, onde operadores frenéticos com seus telefones compram e vendem ações aos berros na bolsa. Atualmente, tudo isso pode ser feito por você mesmo, direto do home broker da sua instituição financeira de preferência. Com um simples clique, você compra e vende, instantaneamente, quantas ações quiser.

Dentre as opções que há no mercado, hoje, podemos destacar:

Quais empresas têm ações no mercado?

Atualmente, existem mais de 400 empresas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Elas estão divididas em 12 setores, que são:

  • Bens Industriais
  • Comunicações
  • Consumo Cíclico
  • Consumo Não-Cíclico
  • Financeiro
  • Materiais Básicos
  • Petróleo Gás & Biocombustíveis
  • Saúde
  • Setor Inicial
  • Tecnologia da Informação
  • Utilidade Pública
  • Outros

Dentre esses setores, há ainda subsetores e segmentos que compreendem algumas das empresas mais conhecidas e presentes no dia a dia dos brasileiros, como: Ambev, Avon, Azul, Banco do Brasil, Bradesco, Cyrela, Eletrobras, Gol, Hering, Itaú, Localiza, Movida, MRV, Natura, Oi, Petrobras, Positivo, Renner, TIM e muitas e muitas outras.

Quanto custa investir?

Outro grande mito comum é o de que é preciso muito dinheiro para investir. Existem diversas ações, por exemplo, cujo preço gira em torno de R$ 10. E muitas são de boas empresas!

É sempre bom lembrar que a porcentagem de rentabilidade das suas ações não vai mudar, independente do valor que você tenha investido. É claro que, quanto mais você tiver, mais você pode receber de volta e a velocidade da bola de neve dos juros compostos tende a girar em uma velocidade bem maior.

Mas, absolutamente, não é necessário grandes quantias para poder começar. Porém, se você tiver um capital maior disponível, procure dividi-lo entre diversos ativos, assim, você tem o benefício e a proteção da diversificação na sua carteira.

Como se ganha dinheiro com ações?

Uma coisa que pode não ficar muito clara para o investidor iniciante é como as pessoas ganham dinheiro no mercado de ações. Na verdade, existem diferentes formas, como você pode ver a seguir.

1. Valorização

Quando você, em qualquer tempo, vende uma ação por um preço mais alto do que aquele que você pagou, você irá lucrar com esta diferença. É como a negociação de qualquer produto. Se você comprou uma ação por R$ 10 e vendeu por R$ 12, você lucrou R$ 2. Se você fez essa operação com um lote de 100 ações, você investiu R$ 1.000 e recebeu R$ 1.200. Logo, um lucro de R$ 200.

Lembre-se: assim como no caso da desvalorização, não é apenas o patrimônio que está aparecendo na sua tela que irá definir se você está lucrando. Você só irá realizar efetivamente esse ganho, na hora que você efetuar a operação: a venda.

2. Dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)

É a porcentagem de lucros que as empresas precisam, por lei, distribuir aos seus acionistas. Como falamos lá no início, ao comprar ações de uma empresa, você se torna realmente sócio dela. Então, você tem direito a ganhar parte proporcional em relação àquilo que ela gera.

Geralmente, as empresas têm de repassar 25% do lucro anual aos seus acionistas. Em alguns casos específicos, há questões legais que permitem que as empresas distribuam menos – ou até não distribuam. Em outros casos, bem mais comuns, as empresas podem distribuir 30%, 40%, 50% do seu lucro – ou até bem mais.

A periodicidade da distribuição desse montante anual fica a cargo das empresas. Elas podem pagar semestralmente, trimestralmente ou mensalmente, por exemplo.

3. Bonificações

A bonificação nada mais é do que o dividendo em forma de cotas. Em vez de distribuir os lucros em dinheiro, a empresa dá ações aos seus acionistas.

Esta é uma modalidade muitas vezes tratada como um “agrado” das empresas que estão registrando bons resultados aos seus acionistas. O resultado disso é que não só o seu patrimônio aumenta, como você passará a receber mais cotas proporcionais de dividendos.

4. Recompra

É quando a empresa realiza a recompra de suas próprias ações no mercado. Este é um movimento que a companhia pode fazer, por exemplo, quando julga que o preço de seus papéis está sendo negociado abaixo do valor considerado justo. Neste caso, se você optar por vender, é provável que receba um valor menor do que pagou.

Porém, caso a empresa recompre essas ações com o objetivo de cancelá-las, o número total de ações irá diminuir. Logo, o lucro total da companhia será dividido por menos cotas e um futuro dividendo será proporcionalmente maior. Com isso, o mercado pode se sentir atraído e a cotação das ações subir.

5. Aluguel de ações

Uma outra forma de ganhar dinheiro com ações é colocando seus ativos para alugar. Isso é possível porque existe uma modalidade de negociação onde um investidor, que acredita na queda do preço de uma ação, faz uma venda mesmo sem ter o ativo em sua custódia.

A partir daí, ele aluga os papéis de outro investidor, pagando uma taxa de remuneração. Dessa forma, quem tem ações em carteira que não estão sendo negociadas (como compradores buy and hold), pode gerar renda passiva vinda dos aluguéis recebidos.

O aluguel de ações é simples e praticamente não tem contrapontos, a não ser em casos em que o investidor fica impedido de vender seus ativos enquanto esses estiverem alugados, mas essa condição varia em cada corretora.

Quais as vantagens e desvantagens de investir no mercado de ações?

VantagensDesvantagens
vantagem custo baixo;desvantagens mercado de preços voláteis;
vantagem geração de renda passiva;desvantagens requer disponibilidade de tempo;
vantagem efeito de juros compostos;desvantagens possibilidade de perda financeira;
vantagem possibilidade de ganhos na valorização;desvantagens requer conhecimento de análise;
vantagem alta liquidez.desvantagens obrigatoriedade na declaração de IR.

Como você acabou de ver, é possível iniciar seus investimentos com pequenas quantias, o que é uma grande vantagem do investimento em ações. Além disso, alocar o seu capital aos poucos também é uma boa forma de você ir aprendendo e se adaptando a esse ambiente, conhecendo seu funcionamento e suas oscilações, até sentir-se a vontade para ir aplicando volumes maiores.

Mais do que isso, o mercado de ações proporciona uma excelente forma de gerar renda, com o recebimento dos dividendos distribuídos pelas boas empresas nas quais você investir. Ao reinvestir esses proventos, também podemos gerar o efeito de juros compostos e aumentar cada vez mais nosso patrimônio.

Caso queira se desfazer dos ativos, é fácil vendê-los no home broker, pois têm alta liquidez (compradores e vendedores). E, se tudo der certo, poderá vender por um preço mais alto do que comprou, embolsando o lucro dessa diferença.

Por outro lado, o mercado de ações é, de fato, mais arriscado que investimentos em renda fixa, por exemplo. Como há oscilação de preços diariamente, não é incomum ver seu patrimônio desvalorizar, mesmo que momentaneamente. É preciso estar ciente de tudo isso e ter uma estratégia montada de forma com que esses riscos sejam mitigados.

Parte desse gerenciamento de risco vem de escolher boas empresas para investir, o que torna necessário certo conhecimento de análise, algo que não se aprende da noite para o dia. Depois disso, também é preciso dispor de tempo para acompanhar sua carteira.

Por fim, vale mencionar que aqueles que fazem operações em bolsa ficam automaticamente obrigados a entregar a declaração de imposto de renda no ano seguinte. Esse é um dos critérios de obrigatoriedade da Receita Federal, portanto, também é necessário manter um bom controle das operações realizadas.

Quais são as ações mais importantes do mercado?

Quando falamos em ações mais importantes do mercado, na verdade, estamos falando sobre aquelas que são as mais negociadas, e, por isso, se tornam mais relevantes. Na bolsa de valores brasileira, podemos citar algumas empresas, como:

  • Vale (VALE3);
  • Petrobras (PETR4);
  • Itaú (ITUB4);
  • Bradesco (BBDC4).

Milhões de reais circulam entre investidores dessas empresas todos os dias, sejam eles acionistas que gostam da empresa e desejam ser sócios ou especuladores (chamados de traders) que buscam apenas lucrar com a diferença de preços entre compra e venda de ações.

Ibovespa: o principal índice de ações

Para entender o movimento geral das empresas da bolsa, foi criado o Ibovespa, um índice que mede o desempenho das ações mais negociadas. Assim, a oscilação desse indicador tende a refletir com boa precisão o desempenho do conjunto dos ativos das mais de 400 companhias listadas.

Para entender mais sobre isso, leia este artigo: Índice Ibovespa: o que é e quais ações fazem parte?

BÔNUS: outros ativos da bolsa de valores

Além das ações, há diversos outros tipos de ativos que podem ser negociados na bolsa de valores. Entre eles, estão:

  • Fundos Imobiliários (FIIs): são fundos de investimento lastreados no mercado imobiliário e que costumam pagar proventos mensalmente, atraindo milhões de investidores;
  • ETFs: também chamados de fundos de índice, os Exchange Traded Fund são ativos que replicam o desempenho de um indicador específico;
  • commodities: são os contratos que negociam os produtos conhecidos como mercadorias primárias, produzidas em larga escala e que servem de matéria-prima para a fabricação de outros produtos. (por exemplo: milho, soja, boi gordo, café, petróleo, ouro e outros);
  • derivativos: são os ativos que derivam de outros ativos. Com maior possibilidade de alavancagem e multiplicação do capital, são também aqueles que apresentam os maiores riscos;
  • Brazilian Depositary Receipts (BDRs): são ativos que replicam as ações estrangeiras e podem ser negociados aqui na B3, a bolsa brasileira.

Conclusão: vale a pena ser um acionista?

Chegando até aqui, você ainda pode estar se perguntando se vale a pena investir no mercado de ações. A resposta é sim! Afinal, esse é o ambiente que pode lhe proporcionar o maior potencial de ganhos de todo o mercado financeiro.

Você pode começar com pouco, gerar renda passiva e contar com alta liquidez. Porém, é sempre importante ficar atento aos riscos, ao conhecimento de operações mais complexas e à volatilidade.

Se não quiser investir diretamente em ações ou entende que não vai conseguir acompanhar o mercado, você também pode optar pelos fundos de investimentos em ações. Dessa forma, não precisa se preocupar em escolher seus ativos, contando com uma gestão profissional.

O que importa é que você não deixe de tirar o melhor proveito das possibilidades de alavancar seu patrimônio, mas que também o faça com segurança e discernimento.

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Perguntas frequentes

  1. Qual o valor mínimo para começar a investir em ações?

    Não é preciso muito dinheiro para investir em ações. Existem diversas ações de boas empresas cujas ações giram em torno de R$ 10.

  2. O que é preciso para ser um acionista?

    Para ser um acionista, basta abrir uma conta em uma corretora ou em um banco que ofereça essa modalidade de investimento. Depois de realizar o teste de perfil e transferir recursos, é só acessar a plataforma home broker e digitar o código da ação da empresa que deseja comprar.

  3. Como ganhar dinheiro com ações?

    Basicamente, com a valorização, quando você vende uma ação por um preço mais alto do que aquele que você pagou; com os dividendos, a porcentagem de lucros que as empresas precisam distribuir aos seus acionistas; e com bonificações, quando as empresas concedem novas ações aos seus investidores.

Referências do artigo
    1. B3. “Empresas listadas”. Link.
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