Fundo de ações: como funciona e como escolher para investir?

Conheça detalhes dessa modalidade de fundo de investimento, taxas e parâmetros de escolha.

Escrito por Melissa Nunes

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O fundo de ações é um investimento tradicional no mercado financeiro, que continua atraindo diversos tipos de investidores interessados em diversificar sua carteira com um produto acessível e seguro.

Para alinhamentos menos agressivos, a possibilidade de investir em ações pode parecer menos atraente, especialmente pelos riscos que acompanham esse tipo de aplicação. No entanto, alternativas como fundos coletivos e gestões terceirizadas podem oferecer ao investidor uma alternativa interessante.

Contudo, iniciantes ou pessoas com menos experiência na área podem ter dúvidas quanto à operacionalidade deste tipo de produto, deixando de considerá-lo em sua análise. Por esse motivo, vale a pena conhecer mais sobre o fundo de ações, como ele funciona e quais as características que descrevem esse ativo no mercado.

O que é um fundo de investimento?

A princípio, o fundo de investimento (FI) é uma aplicação financeira que aloca o capital de várias pessoas em diferentes ativos. Isto o torna um ativo coletivo, cuja gestão do patrimônio é feita por empresas especializadas e terceirizadas. Esses responsáveis, gestores especialistas no assunto, também realizam o aporte nos produtos que considerarem mais rentáveis.

Embora seja um investimento indireto, o FI possui grande variedade em seu catálogo, podendo ser de renda fixa, variável, commodities e outros tipos de produtos. Entenda em detalhes o que é e como funciona o fundo de investimento em nosso guia especial sobre o assunto!

Como funcionam os fundos de ações?

Agora, depois de conhecer o conceito de fundo de investimento, é possível entender melhor como funciona o fundo de ações. Como seu nome indica, trata-se de uma modalidade do FI voltada para a aplicação de recursos no mercado acionário.

O objetivo deste ativo é, então, oferecer ao investidor a possibilidade de realizar aportes em papéis de empresas de capital aberto, mas com atuação indireta, feita com base nas características do fundo de investimento. Isso significa reunir o patrimônio de diversos cotistas e acompanhar os rendimentos dos ativos escolhidos pela gestão para compor a carteira.

Por definição, o fundo de ações deve aplicar um mínimo de 67%, ou dois terços, do capital em ações negociadas em mercados organizados, como bolsas de valores, ou em outros ativos relacionados a esse segmento, como, por exemplo:

  • depósito de ações;
  • cotas de outros fundos de ações;
  • cotas de fundos de índice de ações;
  • BDRs

Assim, o investidor também conta com outras opções além do fundo de ações diretas, por exemplo.

Enquanto isso, o terço restante do patrimônio líquido pode ser investido em outros tipos de ativos financeiros.

Divisão do patrimônio

Além disso, existem outros detalhes previstos no regulamento dos órgãos oficiais, como a designação de apenas 20% do patrimônio em ativos emitidos por uma mesma instituição financeira. No caso de empresas de capital aberto e outros fundos, o limite é de 10% do capital.

Dessa forma, garante-se uma diversificação adequada para a carteira, além de evitar complicações, como o aporte voltado para uma única instituição.

Na divisão dos recebimentos, cada investidor obtém os valores na proporção do valor depositado nas suas cotas.

O gestor profissional responsável pelo patrimônio do fundo de ações escolhe quais papéis farão parte do coletivo, a partir de políticas predefinidas pela administradora, com critérios que ajudam a escolher as empresas.

Rendimento

Enquanto isso, o rendimento do fundo de ações acompanha o desempenho de cada papel diariamente, uma vez que suas movimentações oscilam no mercado.

Ainda, é possível que algumas cestas sigam um índice de referência (conhecido como benchmark), que indica se o fundo está bem posicionado ou apresentando resultados menos positivos. Nesse caso, o investidor também pode comparar a rentabilidade do fundo com o índice, para avaliar a condição com mais segurança.

No entanto, uma das principais características deste produto é a volatilidade, e as cotas podem apresentar variações mais instáveis, ao contrário de outros fundos de investimento.

Tributação

No fundo de ações incide apenas o Imposto de Renda, já que esse tipo de fundo é isento de IOF. Assim, o IR recai sobre a rentabilidade do investidor, com alíquota de 15% sobre o rendimento, cobrada na fonte, no momento do resgate.

Ainda, é importante mencionar que o fundo de ações não possui cobrança de imposto semestral, conhecido como “come-cotas”. Essa cobrança se dá apenas nos fundos de renda fixa.

Tipos de fundos de ações

Enquanto isso, os fundos de ações são divididos em diferentes tipos, que contemplam os produtos compostos na sua carteira.

1. Fundos de dividendos

O fundo de ações de dividendos procura investir em ações de empresas conhecidas por sua distribuição de dividendos. Ou seja, a parcela de lucros que pertencem aos acionistas.

Assim, um fundo dessa categoria considera, principalmente, companhias com um histórico consistente de pagamentos. Existem algumas indicações mais populares no mercado, como setor de serviços públicos, que costumam apresentar taxa de retorno de proventos mais elevada.

2. Small caps

Enquanto isso, os fundos de small caps são carteiras que focam em empresas com baixa capitalização de mercado

De acordo com a classificação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), são considerados small caps os papéis que não estiverem entre as 25 maiores participações do IBrX (Índice Brasil).

Com isso, as carteiras dessa modalidade devem investir 85% do patrimônio em companhias dentro dessa categoria. Os 15% restantes do capital podem ser investidos em ações de maior liquidez ou capitalização de mercado, desde que não estejam entre as dez ações mais representativas do IBrX.

Além disso, os fundos de small caps costumam ser mais voláteis, uma vez que essas ações têm menor liquidez.

3. Fundos setoriais

Por sua vez, o fundo de ações setoriais é composto por empresas de um mesmo setor ou conjunto de setores da economia, como infraestrutura, varejo ou indústria. Nesse caso, a estratégia considera aplicar o patrimônio em papéis semelhantes dentro de cada nicho, avaliando as melhores empresas dentro dessa linha.

4. Investimento no exterior

Ainda, também existe a possibilidade de investir em um fundo de ações no exterior, com ativos fora do Brasil. Para ser classificado assim, é necessário ter mais de 40% do patrimônio líquido em outros países, valendo para o fundo de ações e outros tipos de FIs.

5. Fundos específicos

Enquanto isso, os fundos específicos, como o nome indica, possuem alguma característica específica na sua estratégia de escolha. Por exemplo, fundos fechados, com entrada limitada a períodos específicos, ou fundos de ações de estatais.

A escolha do critério não possui restrições, mas deve estar explícita a sua condição na política de investimento do fundo.

6. Fundos livres

Por fim, outro tipo de fundo de ações são os de categoria livre, sem compromisso com uma estratégia específica. Com isso, a gestão pode aplicar o patrimônio em qualquer ativo que desejar, desde que siga os detalhes especificados no seu regulamento.

Tipos de gestão

Além dos tipos de classificação de fundos, a gestão também pode influenciar nessa categorização. Isso porque eles são classificados em dois grandes grupos, de acordo com a maneira como o gestor escolhe as ações da carteira. 

Dessa forma, o fundo de ações pode ser considerado como “gestão ativa” ou de “gestão passiva”.

A categoria de gestão ativa representa os que buscam um desempenho superior ao índice de referência, ou mesmo ter um certo nível de retorno pré-estabelecido. Por esse motivo, são chamados de ativos, uma vez que, além da compra das ações, também é necessário traçar estratégias específicas e acompanhar periodicamente a movimentação para alcançar essa meta.

Enquanto isso, o fundo de ações com gestão passiva apenas acompanha a rentabilidade do benchmark, que pode ser tanto um índice, como o Ibovespa ou o IBrX, por exemplo, quanto uma ação específica. 

Assim, ao classificar os fundos, é importante levar essa característica em consideração, já que fundos de gestão ativa podem ter também uma taxa de performance, que é uma espécie de recompensa ao bom trabalho do gestor.

Quais os riscos dos fundos de ações?

Para conhecer melhor sobre o fundo de ações e como ele funciona, é essencial que o investidor saiba sobre os riscos dessa aplicação. Por ser um ativo de renda variável, existem alguns pontos de maior atenção quanto ao produto, que influenciam a decisão de perfis mais moderados ou conservadores, por exemplo.

É renda variável

Em um primeiro momento, a questão da renda variável é um ponto de risco do fundo de ações. Assim, é preciso saber que, como é típico dessa classe, a volatilidade do mercado pode fazer com que o retorno seja abaixo do esperado, além de não cobrir o capital inicialmente aplicado.

Isso acontece porque não há garantia de retorno do investimento, já que ele está sujeito às oscilações diárias do mercado de ações.

Influência do cenário macroeconômico

Enquanto isso, o fundo de ações, composto por papéis de diversas companhias, está diretamente exposto ao mercado e ao cenário macroeconômico. Isso significa que as variações de preços e eventos nacionais e internacionais podem contribuir para a volatilidade dos resultados.

Mesmo questões internas das empresas e a ambientação política podem contribuir para esse risco de mercado. Embora a gestão externa seja responsável por administrar essas questões, escolhendo as melhores companhias para os cotistas, algumas eventualidades não deixam de influenciar a carteira.

Liquidez costuma ser baixa

Por fim, a liquidez do fundo de ações também não costuma ser tão acessível quanto outros investimentos. O prazo para resgate pode variar mas não é incomum ter que esperar 30, 60 ou até mais dias para reaver o capital.

Isso é normal, visto que o gestor precisa vender cotas dos ativos da carteira para pagar os investidores. A depender da estratégia escolhida para o fundo, esse movimento pode demorar alguns dias e pode, inclusive, ser desfavorável, trazendo um retorno negativo.

Quanto custa investir em um fundo de ações?

Em um primeiro momento, o fundo de ações apresenta os custos das cotas, permitindo que o investidor adquira quantas desejar, e, com isso, tenha uma variação no capital necessário para a compra.

No entanto, também existem algumas taxas cobradas, para a remuneração da empresa administradora e da gestora da carteira. Cada fundo apresenta sua própria taxa de administração anual, uma porcentagem necessária para ser redirecionada para a companhia que gerencia os ativos. Nos fundos de ações, costuma ser de 2 a 3% ao ano.

Outro valor que pode incidir sobre o fundo de ações com gestão ativa é a taxa de performance, uma remuneração baseada no resultado obtido. Trata-se de um bônus cobrado pelo gestor por ter alcançado aquele retorno, por exemplo. O valor é entregue mediante um referencial previamente combinado.

No caso do fundo de ações, normalmente é o Ibovespa, principal índice acionário do Brasil.

Além do valor das cotas e das taxas de administração, não existem outras tarifas principais para investir, com exceção de possíveis custos que o investidor pode ter na corretora escolhida, mas que não têm relação direta com o ativo.

Vale mencionar também que os fundos divulgam sua rentabilidade já líquida de todas as taxas, que são provisionadas diariamente. Assim, sua performance não fica mascarada por quaisquer custos.

Vantagens e desvantagens de investir

VantagensDesvantagens
vantagem Gestão profissional especializadadesvantagens Menor autonomia de escolha
vantagem Fácil acompanhamentodesvantagens Taxas podem impactar no resultado
vantagem Diversificação mais simples da carteiradesvantagens Liquidez costuma ser baixa

Vantagens do fundo de ações

Em um primeiro momento, a vantagem que mais se destaca no fundo de ações é a gestão profissional especializada. Com a possibilidade de ter o fundo administrado por um gestor qualificado, os investidores podem ficar mais tranquilos quanto à estruturação do seu ativo.

Disponível na plataforma das corretoras de valores e dos bancos, o fundo de ações também possui fácil acompanhamento, ideal para iniciantes, que ainda não possuem pleno conhecimento deste ativo.

De forma geral, trata-se de uma maneira interessante de diversificar a carteira com ações, sem estar diretamente exposto ao mercado acionário ou a bolsa de valores.

Ainda, não carrega todos os riscos da renda variável, por exemplo, trazendo mais estabilidade para o produto, ideal para perfis mais conservadores que não abrem mão de um investimento mais rentável.

Desvantagens do fundo de ações

Por outro lado, a administração de uma gestão terceirizada também oferece menor autonomia para o investidor. Isso porque ele não poderá escolher quais ativos deseja compor na sua carteira, por exemplo, nem se basear nas suas próprias avaliações para a companhia mais rentável que pode trazer retornos mais significativos.

Para perfis experientes ou que buscam essa flexibilidade, o fundo de ações pode não ser uma escolha muito atrativa.

Além disso, a existência de taxas como administrativa e de performance também se configuram como uma desvantagem para o ativo.

E, por fim, a menor liquidez é um ponto de atenção, especialmente pela dificuldade de retornar o capital antes da data desejada, com possível perda de rentabilidade.

Como investir em fundos de ações?

Por fim, depois de conhecer melhor o fundo de ações e avaliar suas características, é possível investir nesse ativo de maneira simples e acessível. Isso porque ele está disponível em plataformas das corretoras credenciadas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Dessa forma, basta seguir os seguintes passos:

  1. crie uma conta na corretora de sua preferência;
  2. verifique se o fundo desejado consta no catálogo;
  3. confirme se possui saldo suficiente para adquirir o ativo;
  4. confirme a operação.

Não é necessário utilizar nenhuma ferramenta complexa, e, com gestão terceirizada, a carteira já está completa com os papéis escolhidos. Assim, o procedimento para investir em fundo de ações é mais simples do que outros investimentos de renda variável, feito em poucas etapas e acessível mesmo para iniciantes.

Como escolher um bom fundo de ações?

Agora, muitos investidores podem questionar como escolher um bom fundo de ações para a sua carteira.

Essa avaliação pode ser feita considerando alguns fatores essenciais. Por exemplo, os riscos devem ser levados em conta, para que o investidor tenha conhecimento sobre condições menos positivas.

Além disso, a aplicação mínima do fundo também é uma questão importante, especialmente por impactar na experiência do investidor. Cotas com aplicação mínima mais alta representam a necessidade de um maior aporte financeiro.

Ao mesmo tempo, também é importante levar em consideração a rentabilidade e performance do ativo. Por exemplo, quais foram os seus últimos resultados, como é a atuação da gestão em momentos de crise e a comparação com outros fundos da mesma categoria.

Isso ajudará a escolher o fundo de ações mais interessante para o seu perfil, além de encontrar boas alternativas no nicho desejado.

Por fim, é sempre possível conhecer as avaliações de profissionais, que podem fazer uma análise criteriosa. Dessa forma, o interessado também confirma a reputação do fundo, para saber se ele é rentável, confiável e como se comporta.

Como comparar fundos de ações?

Agora, para investidores que desejam comparar fundos de ações antes de escolher a sua alternativa ideal, existe uma ferramenta que auxilia nessa pesquisa. A Anbima disponibiliza seu próprio recurso de comparação de fundos, por meio da sua plataforma.

Basta que o usuário acesse o site e selecione até quatro ativos que deseja comparar. Na tela, serão apresentadas as principais informações sobre cada um, expostas de modo a facilitar a visualização.

Com isso, o investidor poderá ter um auxílio no momento de pesquisar seu ativo preferido, além de conhecer melhor sobre as características de cada um que considera adquirir.

BÔNUS: é melhor comprar ações ou investir em um fundo de ações?

Por fim, é comum que investidores questionem se é melhor comprar ações diretamente ou investir em um fundo de ações.

Nesse caso, qualquer uma das opções pode ser interessante, de acordo com o perfil. Por isso, vale a pena considerar alguns pontos vantajosos para cada lado:

Fundos de açõesAções
Mais fáceis de gerenciarSem cobrança de taxas anuais
Contam com gestão profissionalVendas de até R$ 20 mil no mês são isentas de IR
Não é necessário entender cada empresaMais autonomia na escolha

Assim, para iniciantes, pode ser mais interessante começar com um fundo de ações. Porém, para aqueles que buscam autonomia, comprar ações pode ser mais indicado.

Vale a pena investir em fundos de ações?

De forma geral, o fundo de ações é um ativo atrativo, e apresenta uma série de benefícios para todos os tipos de investidores.

Sua menor exposição e administração externa o tornam acessível e mais simples de acompanhar, especialmente para iniciantes no mercado. Além disso, também possui diversos tipos de categorias, para atender os interesses de vários grupos.

Desse modo, se apresenta como uma opção considerável dentre os produtos de renda variável com boa rentabilidade e facilidade de administração.

Por outro lado, seus riscos e menor flexibilidade o tornam um pouco menos chamativo para investidores experientes e que desejam ter um perfil autônomo.

Com isso, vale a pena conhecer o fundo de ações e como ele funciona, mas avaliar o seu perfil e as suas necessidades antes de investir. Assim, será possível ter uma experiência positiva com fundos de investimentos, e atuar no mercado acionário com segurança e assertividade.

Perguntas frequentes

  1. Fundos de ações tem come-cotas?

    Não, o fundo de ações não possui cobrança semestral de Imposto de Renda, conhecido como come-cotas. A incidência de tributação ocorre somente no resgate das cotas e é de 15%.

  2. Fundos de ações pagam dividendos?

    Não, o fundo de ações distribui somente os rendimentos de acordo com a participação de cada investidor. Os dividendos individuais pagos pelas empresas para seus acionistas são revertidos em patrimônio de investimento do próprio fundo.

  3. Fundos de ações tem IOF?

    Não, os fundos de ações têm apenas a cobrança do Imposto de Renda, cuja alíquota é de 15% sobre os rendimentos, cobrada na fonte no momento do resgate.

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