Web 3.0: como os criptoativos impulsionam a internet do futuro?

A web 3.0 promete criar uma rede descentralizada, alterando a forma como lidamos com a internet. Descubra o que é web3 e veja o que isso tem ver com os criptoativos!

Escrito por Talita Nifa

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Novidades normalmente causam muitas expectativas, certo? Não é diferente com a web 3.0. Também conhecida como web3 ou “web semântica”, a nova rede promete reinventar a internet, e sua característica principal é a descentralização. Veja como isso se relaciona com o mercado dos criptoativos!

Blockchain, tokens, criptomoedas, metaverso… Afinal, do que tratam-se essas coisas? Sabemos que o mundo dos criptoativos relaciona vários conceitos. Por isso, ao estudar esse segmento, é normal querermos saber mais sobre determinados temas, não é mesmo?

A web 3.0 é um assunto bastante em alta. Portanto, entendê-lo pode ser essencial para quem se aventura no universo da tecnologia e das finanças, principalmente quando falamos sobre criptoativos. Confira neste artigo as novidades que a nova era da internet promete trazer!

O que é web 3.0?

A web 3.0 trata-se ainda de uma proposta, sendo assim, é uma tarefa complicada defini-la. Porém, sabemos que ela seria a nova fase da web, que busca promover uma rede de internet descentralizada. Nela, o usuário teria mais autonomia em sua atuação, ao contrário das versões anteriores (web 2.0 e web 1.0). Confira algumas características da nova versão:

  • redes públicas descentralizadas e seguras;
  • expansão do uso da inteligência artificial;
  • menos manipulação de sistemas;
  • usuário tem maior autonomia e controle dos seus dados;
  • um único perfil de usuário para todas as plataformas.

A nova versão de internet propõe superar algumas questões da estrutura atual, como a centralização de dados e, consequentemente, de poder.

Desse modo, a rede funcionaria em redes públicas, como blockchains, de modo que o detentor das informações seriam os próprios usuários, não as plataformas.

Entretanto, ao contrário de hoje, que temos vários perfis ou contas em cada plataforma que usamos, na nova versão da internet deve haver um único perfil válido para toda a rede. Ou seja, se hoje temos, por exemplo, um perfil no Instagram e outro LinkedIn, na web3 apenas um acesso seria necessário para conectar a todas as contas.

Além disso, determinada informação poderia ser armazenada em locais diferentes ao mesmo tempo, podendo ser encontrada com base em seu conteúdo. Portanto, é bem diferente do que existe hoje, já que normalmente a informação fica em um servidor, ou seja, em um local fixo.

Porém, a descentralização também traz algumas problemáticas, uma vez que não há monitoramento. Dentre eles, é possível destacar a possibilidade de ocorrência de crimes cibernéticos, circulação de informações falsas e discurso de ódio, questões que já são difíceis de se controlar na rede atual.

Versões anteriores da internet

Para compreender ainda mais a web 3.0, é importante retomar as antigas estruturas da internet, a web 1.0 e a web 2.0, nossa rede atual. Na tabela abaixo você pode conferir o contexto de surgimento e algumas características de cada uma dessas versões:

VersãoWeb 1.0Web 2.0
Contextocheck mark surgimento do World Wide Web (www) e possibilidade de criar conteúdo multimídiacheck mark expansão do acesso à internet móvel e surgimento de redes sociais
Característicascheck mark páginas estáticas e complexidade para gerir e manter sitescheck mark conteúdos interativos e dados centralizados em conglomerados

Web 1.0

Essa versão estava presente do final da década 1980 até por volta de 2005. Marca os primórdios da internet. Algumas características dessa estrutura eram páginas com conteúdos pouco dinâmicos, ou seja: muito texto e poucas imagens, vídeos ou recursos multimídia.

Nesse período, os principais detentores dos sites eram veículos de imprensa, por isso, era comum que os conteúdos das páginas da web fossem apenas uma cópia de conteúdos feitos para o rádio ou TV, sem adaptações para a versão digital.

Além disso, o usuário apenas recebia os conteúdos de forma passiva, isto é, não havia possibilidade de interação.

No site Archive Wayback Machine é possível visualizar as páginas antigas da internet, além das atuais. Para isso, basta inserir uma URL ou palavras-chaves no campo de busca para acessar. Desse modo, podemos observar as mudanças ao longo do tempo, no layout, nas ferramentas e na linguagem de vários domínios da internet.

Web 2.0

Essa versão começou a emergir por volta de 2005, como o intuito de promover melhorias nas interações entre os usuários, buscando facilidades para os produtores de conteúdo.

Surgiu no contexto em que os smarthphones se popularizavam, com mais funcionalidades que os dispositivos móveis anteriores. Novas aplicações surgiram neste período, tornando as interações mais dinâmicas, com a criação de salas virtuais de bate-papo e redes sociais como MSN, Orkut, Facebook, Twitter e YouTube.

Em contrapartida, dados e informações de usuários e instituições ficaram sob o poder de grandes corporações. Isso levantou a discussão acerca da privacidade e, a partir disso, surgiu a necessidade de propor uma rede descentralizada. Daí vem a proposta da web 3.0.

O que a web 3.0 tem a ver com os criptoativos?

Como mencionamos, descentralização é a principal proposta da web3. Sendo assim, isso tem tudo a ver com a blockchain, que é um banco compartilhado de dados, também descentralizado. É, inclusive, esse sistema que permite transações com criptoativos, como criptomoedas e tokens.

Sendo assim, a rede combinaria aplicativos executados em redes públicas ou peer-to-peer. Vários sistemas que rodam na rede blockchain seriam executados na terceira estrutura da internet. Confira alguns sistemas que fazem parte do mundo dos criptoativos e descubra como eles impulsionam a internet do futuro:

  • blockchain;
  • aplicativos descentralizadas (dApps);
  • finanças descentralizadas (DeFi);
  • tokens não-fungíveis (NFTs);
  • metaverso;
  • criptomoedas.

Blockchain

Esse sistema consiste em um livro-razão imutável, capaz de rastrear e registrar ativos, além de contar com processos eficazes de validação de informações.

A tecnologia permite negociações com criptomoedas, como o Bitcoin. A rede é descentralizada, qualquer pessoa pode participar, desde que cumpra algumas regras estabelecidas. É essa a base para web 3.0.

dApps (aplicativos descentralizados)

São como os aplicativos tradicionais, porém, esse tipo de software é baseado na blockchain e, por isso, opera de forma autônoma e em um sistema aberto.

Por ser descentralizado, seria fundamental na web3, ao permitir a execução de aplicações sem o controle de empresas, e de livre acesso. Além disso, pode promover a transparência na rede, já que nenhuma entidade poderá controlar os dados do usuário.

DeFi (finanças descentralizadas)

São produtos e serviços do segmento financeiro que operam em uma rede blockchain e, devido a isso, não possuem controle de instituições.

Está diretamente relacionada com a proposta da web 3.0, já que, nesse processo, as pessoas ou instituições podem realizar empréstimo, por exemplo, sem intermediação de sistemas bancários.

NFTs (tokens não-fungíveis)

Os tokens são ativos que servem para registrar um bem de forma digital. No caso dos tokens não-fungíveis, eles são um código que representa algo único, como obra de arte gráfica, música ou itens de jogos online.

Esse tipo de token opera em uma blockchain, por isso, pode ser aliado na construção da nova internet, permitindo a comercialização de uma propriedade digital única.

Metaverso

É um projeto futurista com o objetivo de integrar os espaços físico e virtual, com o auxílio de hologramas, realidade aumentada e realidade virtual. Na web3, a aplicação promoveria uma experiência dos usuários ainda mais dinâmica, tornando tangíveis as interações do real no virtual.

O termo “metaverso” se popularizou após a empresa Facebook trocar seu nome para Meta. A troca está aliada a um projeto que propõe a criação de um metaverso da empresa. Segundo o presidente e fundador da companhia, Mark Zuckerberg:

“No metaverso, você será capaz de fazer quase tudo o que imaginar – ficar junto de amigos e familiares, trabalhar, aprender, jogar, comprar, criar – assim como viver experiências completamente novas que não se encaixam em como pensamos computadores ou telefones hoje.”

Mark Zuckerberg

Criptomoedas

As criptomoedas são moedas descentralizadas, sem controle do Estado ou instituições bancárias, por exemplo. Elas operam em blockchains e utilizam criptografia para verificar seus processos.

Sendo assim, as criptomoedas possibilitam um vislumbre das negociações em uma terceira etapa da internet, marcada pela descentralização também nas transações financeiras.

Vantagens e riscos da web 3.0

Assim como as demais estruturas da internet, a web 3.0 também possui vantagens e riscos. A descentralização, ao mesmo tempo que promove autonomia, abre espaço para algumas possíveis violações, por exemplo.

Confira algumas vantagens e riscos da nova fase da internet:

VantagensRiscos
vantagem virtualizaçãodesvantagens ataques hackers
vantagem mais velocidadedesvantagens desinformação
vantagem transparênciadesvantagens crimes cibernéticos

Desafios da web 3.0

Segurança, independência e anonimato são pontos importantes para desenvolver na web 3.0. Porém, essa parece uma tarefa cheia de desafios… dentre eles, podemos destacar:

  • design pouco intuitivo das plataformas;
  • condições desiguais de acesso à internet;
  • necessidade de domínio de tecnologias;
  • necessidade de conhecimento sobre criptoativos;
  • possibilidade de ataque de 51%.

Algumas pessoas até mesmo veem a web 3.0 como uma utopia, uma ilusão. De fato, há algumas barreiras que impedem o avanço para a nova fase. Porém, como se trata de algo ainda em desenvolvimento, a experimentação é fundamental para a aprendizagem no processo de construção da próxima rede.

Condições de acesso

Um dos empecilhos é usabilidade das plataformas dos recursos que promovem a nova internet. Nesse sentido, o design costuma dificultar a experiência dos usuários.

Além disso, é importante notar que o acesso à internet no Brasil ocorre de forma bastante desigual entre a população. Conforme matéria de março de 2022 do portal G1, uma pesquisa apontou que 33 milhões de brasileiros não tinham acesso à internet. Sendo assim, a versão web 3.0 estaria restrita a um certo grupo de pessoas.

O fato de muitas pessoas não terem domínio técnico de algumas tecnologias digitais também dificulta o acesso de possíveis usuários. Além disso, na web3, o conhecimento sobre assuntos do mercado de criptoativos é essencial, além de noções de segurança na rede.

Controle da rede

Por fim, vale a pena notar o chamado ataque de 51% da rede. A base da web 3.0 é a blockchain, porém, é importante observar que, para obter controle de uma blockchain, basta uma empresa controlar apenas mais de 50% dessa rede.

Sendo assim, outro desafio pode ser possibilidade de instituições crescerem significativamente nesse espaço, formando conglomerados. Dessa forma, o princípio de descentralização seria colocado em cheque.

Conclusão

Aliar todas as expectativas da internet do futuro parece um grande desafio. Contudo, esse cenário em desenvolvimento traz cada vez mais novidades.

Além disso, leva recursos dos mercados da tecnologia e das finanças para outros meios, que podem impactar em todos os outros segmentos e indústrias. Por isso, o intercâmbio de técnicas e conhecimento entre diferentes setores é nítido.

Para ficar por dentro das novidades que vêm com a nova internet e tudo relacionado ao universo das finanças, basta de acompanhar os conteúdos por aqui, no iDinheiro!

Perguntas frequentes

  1. O que significa web3?

    Web3 é terceira e mais nova versão da internet, ainda em construção. A base da rede é a tecnologia blockchain. Sua característica principal é a descentralização e o objetivo é garantir mais autonomia para os usuários.

Referências do artigo
    1. CNN. “Cinco pontos da carta de Mark Zuckerberg para entender a Meta (novo Facebook)”. Link.
    2. G1. “Mais de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à internet, diz pesquisa”. Link.
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