Investimento no Exterior: comprar BDRs ou investir diretamente fora do país?

Entenda as vantagens e desvantagens de investir no exterior por meio de BDR ou pelo investimento direto.

Escrito por Tiago Reis

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Ter algum investimento no exterior, hoje em dia, é fundamental para qualquer investidor. Sim, meus caros, estou sendo categórico: o dólar deveria estar na carteira de todo mundo. O motivo, além da diversificação, é que muitos dos nossos custos e despesas são dolarizados, o que significa que é uma estratégia que, além de proteger, ajuda a evitar a perda do poder aquisitivo.

A boa notícia é que está cada vez mais prático e fácil ultrapassar as fronteiras nacionais e acessar o mercado global, seja via BDRs, os Brazilian Depositary Receipt, ou abrindo uma conta em plataformas e corretoras que viabilizam que investidores pessoas física de todos os portes também possam comprar diretamente ações das maiores empresas do mundo.  

Mas, o que vale mais a pena? Comprar BDRs ou investir diretamente fora do país?  O fato é que há vantagens e desvantagens em cada uma das modalidades, prós e contras que são importantes conhecer, mas que não devem travar você na hora de investir no exterior.

BDR x investimento direto

Vou começar explicando um pouco melhor sobre os BDRs, que nada mais são do que títulos lastreados em ações de empresas globais. Quando um investidor compra um BDR ele está comprando um papel que é negociado na bolsa do Brasil e cotado em reais, mas que vai ter sua cotação variando de acordo com ações de outros países e também de acordo com a taxa de câmbio do dólar para o real (aqui no Brasil, os BDRs são majoritariamente de empresas dos Estados Unidos). 

Uma das principais vantagens de investir no exterior por meio de BDRs é a comodidade, já que é muito prático e fácil fazer a operação, uma vez que os certificados são negociados em reais na Bolsa de Valores Brasileira. Outra grande vantagem é que no BDR você não precisa pagar tarifa de remessa para mandar o dinheiro para fora do país — com o investimento direto, chega-se a gastar 1,7% com essa taxa. Outro grande ponto positivo é que com BDRs você não está sujeito a imposto de herança norte-americano, que é aplicado para aqueles que possuem mais de US$ 60 mil dólares investidos em corretoras americanas.

Agora, como nem tudo são flores, os BDRs também têm lá suas desvantagens. Primeiro que oferecem muito menos opções de ativos. Enquanto lá fora existe um cardápio com mais de 4 mil ações e ETFs, aqui no Brasil deve ter uns 690 BDRs disponíveis. Outra grande desvantagem é a taxa de dividendos, já que do que é distribuído em dólar é descontado 30% direto da fonte (se a empresa for americana) e, depois de ser convertido em reais, ainda subtrai-se 0,38% de IOF e mais uma taxa de 3% em dólar, descontos nos proventos que não existiriam caso o investimento tivesse sido direto. Por fim, outro ponto fraco dos BDRs é que não existe, em hipótese alguma, isenção de imposto sobre o ganho de capital. 

Já quando o investimento no exterior é feito diretamente, a principal vantagem é a maior variedade de ativos. Afinal, ter a chance de se tornar sócio de qualquer empresa com capital aberto no mundo, sem intermediários, diretamente do seu smartphone, de forma instantânea e com custo baixo, é um grande privilégio nos dias de hoje, possível com o avanço tecnológico. 

A isenção de imposto sobre ganho de capital é outra grande vantagem do investimento direto. No caso de empresas americanas, se você vender até 35 mil reais em ativos por mês, você tem isenção de imposto sobre ganho de capital. E nesse valor é contabilizado a soma do que você vendeu de ações, REITS e de ETFs.

Agora, a grande desvantagem de abrir conta no exterior e investir diretamente é, sem dúvida, a taxa de remessa. Ao mandar dinheiro para fora do país, você pagará cerca de 1,3% de spread, mais 0,38% de IOF, totalizando 1,7% de tarifa. E fique atento que se a corretora der a opção de você mandar o dinheiro na hora com certeza ela vai te cobrar mais ainda por isso.

As duas modalidades possuem pontos positivos e pontos negativos. Há quem prefira começar por BDRs e, depois que já conhecer melhor o mercado internacional, aumentar, aos poucos, sua exposição em dólar e passar a fazer investimentos diretos. Há também quem já inicie investindo diretamente. Não existe fórmula, nem melhor, pior, certo ou errado. Experimente, sinta e escolha o que é mais confortável para você. O importante é abrir seus horizontes e entender que investir no exterior não é modismo, nem bobagem, é necessário e estratégico para quem quer ampliar e assegurar seu patrimônio.

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