Como gastar menos do que você ganha? 9 dicas para ajudar a desenvolver este hábito!

Para economizar, não basta sair cortando todos os gastos. Aprenda como fazer isso efetivamente.

Escrito por Camille Guilardi

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Se você está lendo um texto sobre como gastar menos, provavelmente sente dificuldades em fazer seu salário sobrar no fim do mês, certo? Talvez já tenha até ouvido conselhos do tipo: “ah, mas é só cortar isso ou aquilo”. Na prática, sabemos que o controle financeiro não é tão simples assim e que essa mudança envolve várias questões.

Assim como a maioria dos bons hábitos, gastar menos do que se ganha é bastante difícil de manter. Bem, se mudar um hábito fosse fácil, todo mundo faria isso da noite para o dia, certo? Ninguém teria problemas financeiros ou precisaria ser mais saudável, por exemplo.

Mesmo assim, o primeiro passo sempre envolve reconhecer a situação e procurar soluções cabíveis para melhorá-la. Por isso, criamos esse post para te ajudar a encurtar esse caminho.

Como gastar menos: iniciando seu plano de redução de gastos

Concorda que viver com menos que se ganha não deve ser um projeto temporário? Então, para controlar realmente seu dinheiro, você deve aprender a fazer essa caminhada de forma permanente e isso vai exigir várias etapas. Basicamente, esse é o caminho simplificado:

Primeira etapa

Assumir que o controle financeiro pessoal é a chave para o seu sucesso. Portanto, certifique-se de saber tudo sobre o seu dinheiro: fontes de receita líquida, despesas fixas e variáveis e, também, algumas metas financeiras – isso vai ser importante futuramente.

Segunda etapa

É hora de desenvolver um plano de gastos pessoais a partir do que você aprendeu na etapa anterior e fazer ajustes necessários. Aqui, você pode tanto focar em aumentar sua renda como em limitar ou cortar aquelas despesas que pesam mais no seu orçamento.

Terceira etapa

Não adianta fazer tudo isso e depois esquecer, né? Então, manter o plano e zelar para sua realização é essencial. Para isso, dedique um período de tempo, pelo menos uma vez ao mês, para rever sua situação financeira e fazer reajustes, se preciso for.

Mesmo com um plano bem definido, vale ressaltar que nem sempre as coisas saem como imaginamos, como você já deve saber bem! Por isso a terceira etapa é tão necessária: a revisão mensal é a hora de entender o que deu certo e o que não deu, refazendo ou recalculando o que for preciso.

Não fique frustrado se a realidade for muito diferente da expectativa: o planejamento serve para prever, mas a vida dificilmente é constante a ponto de nada mudar. O que importa é você estar preparado para essas mudanças.

9 dicas preciosas para gastar menos do que ganha

Agora que você já tem uma ideia de onde começar seu controle financeiro, é nossa obrigação dizer que não existe nenhuma fórmula mágica que conserte tudo de um dia para o outro. Esse é um processo que exige paciência, disciplina e mudança de mentalidade, mas ela é totalmente possível.

Mesmo assim, achamos que algumas dicas são sempre bem-vindas! Veja a seguir.

1. Entenda que cortar gastos é uma forma de se respeitar

Cortar gastos geralmente traz uma sensação de perda, concorda? Parece que estamos reduzindo nosso padrão de vida como uma punição pelo mau controle. Mas não precisa ser assim! Pense que rever despesas e entender como gastar menos é uma forma de valorizar seu dinheiro e seu tempo.

Afinal, você sabe quanto tempo trabalha para ganhar sua renda? Provavelmente, várias horas por mês, muitas vezes sacrificando momentos de lazer e descanso para poder pagar as contas. Portanto, readequar seu orçamento nada mais é do que usar seu dinheiro para aquilo que importa. Essa é uma mudança de mentalidade que pode fazer toda a diferença na forma como você encara suas finanças.

2. Seja crítico com suas despesas

Ter acesso à todas as séries e todos os filmes é bacana, né? Mas será que você realmente precisa assinar a tv a cabo e mais dois serviços de streaming? Pense sobre o quanto você assiste cada um e se vale a pena manter esse gasto, mesmo que cada um deles não custe mais do que R$ 30, por exemplo. Veja outras categorias para repensar:

  • plano de internet;
  • plano de celular;
  • gastos com delivery;
  • gastos com aplicativos de transporte;
  • compras desnecessárias;
  • débitos automáticos esquecidos.

É claro que você não precisa cortar tudo, afinal, dinheiro não é só para pagar contas. Às vezes, limitar algumas despesas pode ser suficiente, como: pedir comida somente uma vez por semana ou separar um valor fixo mensal para isso. Crie estratégias que não te privem de gastar com o que gosta, mas que também te permitam ter algum controle.

O importante é que você não invente desculpas para si mesmo ou sua família, já que, nesse momento, a prioridade é organizar as finanças. Portanto, seja crítico e objetivo e lembre-se que, futuramente, tudo isso pode ser reajustado.

3. Fuja das tentações

Quando o assunto é dinheiro, provavelmente você sabe, melhor do que ninguém, onde seu calo aperta, certo? Então, identifique todas as situações que te fazem gastar mais e fique bem longe delas! Em vez de lutar contra as tentações, simplesmente procure não encará-las.

A psicologia econômica explica: nós sempre achamos que temos mais autocontrole do que realmente temos. Tudo vai muito bem até você ter um dia ruim, estar cansada ou ter dinheiro na conta. Seu cérebro vai sempre te dizer “eu mereço” e todo o planejamento vai por água abaixo. Por isso, fique longe da doceria, do shopping e daquela loja que você ama quando não puder gastar.

4. Cuidado com as parcelas infinitas

O advento do cartão de crédito permitiu à muitas pessoas conquistar itens que jamais conseguiriam comprar à vista. Porém, muitas vezes, nos perdemos no parcelamento, afinal, “são só 20 reais”. Mas esse pode ser um buraco muito fundo!

Ao parcelar muitas compras, acabamos comprometendo a renda dos próximos meses. O que acontece se você tiver algum gasto maior posteriormente? Caso não tenha dinheiro guardado para emergências, provavelmente vai passar apertos. Por isso, procure não comprometer mais do que 30% da sua renda mensal com parcelas e, se puder, junte grana para comprar à vista e pedir desconto. Tenho certeza que você vai gostar muito mais das suas faturas!

5. Ninguém mais paga as suas contas

Outro ensinamento da psicologia é que o ser humano vive se comparando aos outros. Com a vida financeira, não é diferente: que atire a primeira pedra quem nunca comprou algo porque Fulano também tinha ou para impressionar Ciclano.

Muitas vezes, a realidade é bem diferente e a pessoa teve que contrair uma dívida que vai pagar por muitos meses ou anos ou, ainda, ela nem queria tanto isso, mas a pressão social foi maior do que sua capacidade de tomar boas decisões. Por isso, cuidado com gastos que sequer fazem sentido e estão ligados à situações desse tipo. Lembre-se que seu dinheiro é escasso e você precisa gastá-lo com sabedoria.

6. Use estratégias a seu favor

Hoje em dia existem inúmeras ferramentas que podem te ajudar no processo do controle e planejamento financeiros. Nada impede que você use o bom e velho caderninho, é claro, mas você pode explorar alternativas que façam sentido na sua rotina e com as quais você se identifique. Veja, abaixo, alguns textos sobre isso:

Mesmo usando aplicativos ou planilhas, é muito importante que seu processo de controle de gastos não seja muito complicado ou entediante, mas funcional e objetivo. Assim, você diminui as chances de desistir no meio do caminho.

7. Quem deve, não teme

Um grande impedimento para o bom planejamento é a acumulação de dívidas. Como gastar menos, fazer um bom controle e ainda poupar dinheiro se todo mês aquela parcela “come” um pedaço da sua renda? Com as dívidas, você não tem a real dimensão de quanto capital tem disponível para manter seu padrão de vida, além do peso emocional que isso implica.

Por isso, assim que começar a sobrar um trocado, priorize o pagamento das suas pendências. Você pode, inclusive, acumular uma pequena poupança para tentar uma negociação e conseguir um desconto à vista. Ou, quem sabe, trocar dívidas muito caras por outras mais baratas (por exemplo, tomar um empréstimo para pagar débitos do cheque especial).

Assim, o quanto antes sair do vermelho, vai conseguir adequar seu orçamento à sua realidade.

8. Proteja seu futuro

Não basta quitar as dívidas, é preciso não se meter em novas. Para isso, você tem que pensar em proteger seu futuro contra gastos inesperados, emergências e possíveis mudanças repentinas na sua rotina.

O que pode te ajudar, nesse sentido, é separar parte da sua renda para esse fim, ou seja, fazer a sua reserva de emergência. É ela quem vai evitar que seu planejamento saia muito dos eixos ou que você volte para o descontrole. Para aprender mais sobre como preparar seu colchão financeiro e em que situações usá-lo, dê uma olhada neste conteúdo completo.

9. Dê significado ao seu dinheiro poupado

Ter capacidade de poupança é um passo enorme e muito relevante que nem todos conseguem atingir! Afinal, primeiro é preciso gastar menos, para sobrar dinheiro no fim do mês e, enfim, começar a investir. Mas e depois? O que você vai fazer com essa poupança?

Se você não tem destino certo, qualquer caminho serve. Então, se não tem um objetivo financeiro definido, as chances de você gastar tudo na primeira oportunidade são enormes! Você não vai resistir àquela promoção imperdível ou àquela novidade que todo mundo quer ter (lembra do falso autocontrole?).

Por isso, não bastar guardar dinheiro, você também precisa de uma meta, um significado para ele. É isso que vai manter seu planejamento focado e com maiores chances de sucesso. O que você quer? Comprar um carro? Fazer uma viagem internacional? Quem sabe um intercâmbio? Quando suas metas financeiras estão alinhadas com seus sonhos, valores e o que te faz feliz, poupar fica muito mais fácil.

Gastar menos não basta: como economizar com sabedoria?

Além dessas 9 dicas sobre como gastar menos, vale refletir sobre quais custos vale a pena reduzir. Precisamos ter muito cuidado com o que chamamos de “economia burra”, ou seja, aqueles cortes que podem prejudicar mais do que ajudar sua vida financeira. Veja algumas situações boas e ruins para economizar dinheiro:

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Vale a pena…

vender o que não usa para fazer uma renda extra; criar desafios pessoais, como 1 dia por semana sem gastar; pedir desconto em planos de internet, TV e celular; dispensar serviços que você não usa ou usa muito pouco; se programar para grandes compras e monitorar preços; refletir alguns dias antes de comprar (são grandes as chances de você desistir); usar o dinheiro físico (dói mais do que gastar no cartão de crédito); rever se você realmente precisa do produto “daquela” marca.
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Não vale a pena…

cortar o plano de saúde (mas você pode reduzir o que não usa); ficar sem alternativas para lazer; trocar de carro todo ano e pagar parcelas infinitas; tentar fazer um serviço que você não sabe em vez de contratar um profissional; comprar coisas só porque estão em promoção; fazer estoque de alimentos que estragam; gastar tudo, pois “vai que eu morro amanhã”; deixar de se prevenir contra adversidades (não deixe para fazer o seguro só depois).

Enfim, dê um passo de cada vez!

Agora que você já tem todas as ferramentas necessárias para começar a mudar sua vida financeira, precisamos dizer também que isso provavelmente não vai acontecer da noite para o dia. O controle financeiro é multifatorial e envolve alterações bastante significantes e, por isso, pode causar frustrações no caminho.

Com certeza haverão dias em que você vai querer jogar tudo para o alto e tentar “se recompensar” gastando todo o dinheiro de uma vez só. Porém, as chances são de que você vai sentir muito mal depois disso, já que vai precisar voltar ao início do processo.

Então, mesmo que haja recaídas, não desanime! Foque no que você pode conquistar futuramente e em como vai se sentir lá na frente. Eduque-se aos poucos e cerque-se de pessoas que apoiam suas boas escolhas e estejam dispostas à discutir esse assunto junto com você!

Acredite que você é capaz de melhorar sua situação. Dando um passo de cada vez e começando pequeno, você vai conseguir manter o hábito por mais tempo.

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