Quais os times brasileiros com maiores dívidas? Confira a lista!

Embora o Brasil seja referência mundial no futebol, o País também conta com algumas das […]

Escrito por Camille Guilardi

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Embora o Brasil seja referência mundial no futebol, o País também conta com algumas das maiores dívidas de times brasileiros já registradas. Assim, a falta de pagamento de impostos e o acúmulo de contas são alguns dos motivos que levaram a um montante bilionário devido para instituições, patrocinadores e para o Governo Federal.

Diante do aumento do número de críticas provenientes dessa situação, muitos clubes já buscam mecanismos para reverter o endividamento, e analisam alternativas para reduzir o valor. No entanto, muitos torcedores podem não conhecer o contexto dentro da associação que acompanham, e não entendem as mudanças na estrutura corporativa que acontecem para evitar consequências mais graves.

Nesse caso, vale a pena conhecer mais sobre as dívidas de times brasileiros, quais os clubes mais comprometidos e as opções mais populares para reverter parte dessa condição. Confira esse e outros detalhes no conteúdo especial que preparamos sobre as federações esportivas que mais possuem pendências.

Dívida dos times brasileiros: confira os 25 times com as maiores dívidas em 2023!

Em 2021, um levantamento realizado pela consultoria EY e divulgada pela ESPN e pela Forbes divulgou os 25 times brasileiros que mais possuem dívidas. No total, o endividamento ultrapassa R$ 10 bilhões, e atingiu um volume recorde no ano anterior. Em 2020, o montante era de R$ 11 bilhões, mas a retomada das atividades em larga escala aumentou esse número.

É comum que a volta das temporadas esportivas promovam a volta de negociações de jogadores, contratação de publicidades e campanhas de participação. No entanto, essas práticas levam à presença dos torcedores nos estádios e a contratação de pay per view para futebol, o que contrabalanceia o orçamento gasto.

Por outro lado, uma vez que os principais times já possuíam pendências consideráveis referentes aos anos anteriores, o valor não foi suficiente para cobrir os novos gastos e os pagamentos que deveriam ser feitos. Dessa forma, poucas dívidas de times brasileiros foram reduzidas no encerramento de 2021.

Assim, a lista geral conta com alguns dos nomes mais populares do cenário nacional, e os valores foram avaliados por meio de demonstrações financeiras que devem ser disponibilizadas pelas diretorias dos clubes. Ademais, os dados contemplam um período de 10 anos, e indicam o avanço do endividamento ao longo da década. Confira o ranking com todos os clubes que mais acumulam montante devido e os respectivos valores, segundo divulgações:

ClubeValor da dívidaDívida x Receita
1. Atlético-MGR$ 1,31 bilhão2,6x maior
2. CruzeiroR$ 1,02 bilhão 7,12x maior
3. CorinthiansR$ 928 milhões1,85x maior
4. BotafogoR$ 863 milhões7,08x maior
5. VascoR$ 710 milhões3,81x maior
6. FluminenseR$ 664 milhões1,99x maior
7. São PauloR$ 642 milhões1,35x maior
8. InternacionalR$ 631 milhões 1,65x maior
9. SantosR$ 509 milhões1,25x maior
10. PalmeirasR$ 434 milhões 0,44x maior
11. GrêmioR$ 402 milhões0,81x maior
12. FlamengoR$ 323 milhões0,30x maior
13. CoritibaR$ 288 milhões 3,41x maior
14. VitóriaR$ 259 milhões 4,35x maior
15. SportR$ 231 milhões2,45x maior
16. BahiaR$ 202 milhões 0,97x maior
17. AthleticoR$ 191 milhões 0,68x maior
18. Ponte PretaR$ 172 milhões4,63x maior
19. AvaíR$ 108 milhões 4,27x maior
20. América-MGR$ 91 milhões 0,89x maior
21. GoiásR$ 68 milhões 1,34x maior
22. FortalezaR$ 36 milhões0,21x maior
23. CearáR$ 32 milhões 0,20x maior
24. CuiabáR$ 15 milhões 0,21x maior
25. Atlético-GO9 milhões 0,08x maior

Diversos dos clubes já estão em processo de negociação, e os valores podem ter aumentado com o início da temporada de 2022.

De onde vem as dívidas dos clubes brasileiros?

As dívidas dos times brasileiros se divida, principalmente, entre os impostos a pagar, os déficits tributários, e empréstimos financeiros.

Além disso, as ações trabalhistas também são um dos motivos para o acúmulo de débitos dos clubes esportivos. Isso porque as associações deixam de cumprir inteiramente com contratos entre jogadores e colaboradores, como técnicos e assistentes. Dessa forma, além das dívidas acumuladas com negociações, também precisam arcar com os custos de processos que exigem o ressarcimento dos profissionais e a eventual quitação das pendências com outras corporações.

É importante reforçar que os clubes esportivos, especialmente de futebol, não atuam como empresa, em um primeiro momento. Caso não tenham essa classificação, eles são conduzidos como sociedades anônimas e coletivas, de modo que não precisam, necessariamente, priorizar a divisão de lucros e salários.

Dessa forma, os times buscam sobreviver e investir em artifícios para se classificarem de maneira positiva nos campeonatos realizados ao longo da temporada. Caso contrário, não apenas obtém prejuízos, como também podem perder patrocinadores. Por esse motivo, a prioridade se torna os jogos e, consequentemente, contratações que proporcionem um maior número de vitórias.

Isenções na legislação 

Enquanto isso, outro ponto que pode promover mais dívidas para times brasileiros é a legislação de pagamentos para essas associações. Por não existir a necessidade de contribuição previdenciária e isenções de impostos para pessoas físicas, os débitos referentes à companhia podem ser mais complexos, e deixam de ser devidamente pagos todos os anos.

Mesmo com a aprovação da Lei Profut, sancionada em 2015, os clubes continuaram a acumular parcelas. O texto autorizava a renegociação de débitos fiscais com o governo, facilitando o pagamento nos últimos anos. No entanto, as associações que aderiram à lei continuaram com atividades de alto orçamento, como contratações, além das parcelas devidas como impostos. Dessa forma, esse acúmulo de saldos levou ao montante calculado em 2021, que ultrapassa R$ 10 bilhões em dívidas.

Má gestão

Vale a pena destacar que a má gestão dos clubes esportivos também contribui para um aumento no número de dívidas de times brasileiros. Isso porque a troca do quadro da diretoria é um processo burocrático, e que também demanda gastos para contratações e acertos.

Enquanto isso, o setor financeiro dessas associações deixa de ser prioridade, e até que a nova gestão se instale, é possível que existam prejuízos na administração. Portanto, fatores internos também acabam contribuindo para essa condição.

Qual o time que tem a maior dívida em 2023?

Atualmente, o clube com a maior dívida é o Atlético Mineiro, com um total de R$ 1,3 bilhão. Já o segundo e terceiro lugar ficam com o time do Cruzeiro, que soma R$ 1 bilhão em débitos, e o Corinthians, com R$ 928 milhões.

Os clubes possuem divisões distintas das categorias mais devidas. Por exemplo, o Corinthians é o clube que mais reúne débitos de empréstimos. Entretanto, o montante total de pendências é o valor considerado no ranqueamento dos principais times brasileiros com dívidas.

Como o time pode sair da falência?

Existem algumas alternativas disponíveis para quitar as dívidas de times brasileiros, ou, ao menos, negociá-las para propor uma redução. Isso porque a somatória dos débitos é superior à receita das associações. Alguns clubes possuem contas 7 vezes maior do que os seus recebimentos. De acordo com o levantamento divulgado pela Forbes, o Vasco, por exemplo, demoraria cerca de 15 anos para pagar tudo que é devido pela corporação.

Esse valor é calculado com base nos lucros médios dos últimos anos, e traz uma média parecida na maioria dos times. O Corinthians, que está entre os clubes mais devedores, demoraria 10 anos para zerar seu montante. Nesse caso, existem algumas opções que as diretorias podem recorrer para lidar com esses valores. Veja algumas das principais:

Recuperação judicial

A recuperação judicial é uma das principais formas de reaver dívidas de empresas, especialmente que oferecem relevância para a sociedade, como os clubes esportivos. Assim, em momentos de crise econômica, associações anônimas, como os times, pode migrar para outra natureza jurídica e aguardar, no mínimo, 2 anos até que seja possível solicitar essa condição.

Depois de assumir um regime com estrutura corporativa societária, a empresa apresenta o pedido de recuperação judicial à Justiça, com as justificativas para renegociar oficialmente seus débitos, seguindo a supervisão do Poder Público. Se o caso foi aceito, a devedora apresenta um plano de pagamento em conjunto com os credores, incluindo representantes de todas as corporações que possuem valores a receber do time.

Uma vez que o planejamento é apresentado, os credores escolhem se aceitam, e passam a receber conforme as condições apresentadas. A Justiça precisa monitorar o cumprimento desta recuperação por dois anos, para garantir que o devedor siga o plano.

Recuperação extrajudicial

Enquanto isso, as dívidas dos times brasileiros também pode passar por uma recuperação extrajudicial. O modelo é semelhante, mas não envolve a participação direta da Justiça na mediação ou no acompanhamento dos pagamentos.

Toda a negociação é feita entre os clubes devedores e seus credores, e o acordo é levado a um juiz para homologar a decisão. Esse processo não precisa ser feito com todas as empresas ao mesmo tempo, mas é indicado que abranja o maior número de pendências possível.

Falência

A falência é uma condição proveniente de uma recuperação judicial que não foi aceita. Nesse caso, as dívidas dos times brasileiros precisam ser transferidas para um administrador judicial, e os ativos deixam de ser do devedor.

Caso o clube se torne uma sociedade anônima ou tenha outra estrutura empresarial, pode vir a declarar falência, mas perde o controle dos seus bens e posses, que são vendidos para arrecadar dinheiro. É o caso de:

Com isso, os credores são pagos com o que for arrecadado, e o time deixa de ter posse da associação. Essa medida é menos comum com dívidas de times brasileiros, mas é uma possibilidade.

Insolvência Civil

Ainda, os times também podem passar pela insolvência civil, um processo que liquida todos os seus bens e faz o pagamento para os credores. Nesse caso, não existe a possibilidade de negociação coletiva, pois o clube precisa entrar em acordo individualmente com os credores.

Essa medida se aplica a todas as organizações sem fins lucrativos, como os clubes esportivos, e, por isso, pode ser uma medida mesmo para os times que não são empresa. A diferença da insolvência para a falência é que este processo não liquida todos os bens, e algumas dívidas podem continuar associadas em nome do time. Ainda, é uma prática mais complexa, pois envolve negociar com cada credor de maneira separada, podendo gerar mais compromissos e dificultar o controle dos pagamentos.

Conclusão: existe perspectiva para quitação das dívidas dos clubes brasileiros?

Por fim, alguns dos clubes devedores estão em busca de alternativas para quitar suas dívidas, mas não são todas as associações que buscam uma solução no momento. A disponibilidade de práticas como a transformação do clube em empresa está se tornando popular, especialmente entre diretorias com alto montante devedor.

Dessa forma, é possível aderir a uma outra natureza jurídica e receber investimentos de sócios e negociação de ações, por exemplo. Um dos times que está nesse processo é o Vasco, com possibilidade de investimento de mais de R$ 700 milhões para abater parte do valor. Se a negociação for finalizada, outros times podem seguir esse exemplo como forma de administrar suas pendências e reduzir o comprometimento financeiro. Enquanto isso, times como o Atlético-MG negociam diretamente com os bancos, para parcelar o montante de empréstimos e oferecer serviços como abatimento.

Ainda, o Governo permanece com leis de incentivo ao pagamento de débitos fiscais, e os times podem solicitar uma renegociação com descontos. Assim, os torcedores podem esperar algumas movimentações na estrutura dos clubes, em busca de opções para pagar todos os credores e ações judiciais movidas por conta desses débitos. Contudo, é importante acompanhar o cenário, pois a expectativa é que os principais nomes do futebol brasileiro sigam endividados pelos próximos anos.

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Referências do artigo
    1. Forbes. “Atlético-MG, Cruzeiro e Corinthians são os times mais endividados”. Link.
    2. ESPN. “Corinthians pior do que Botafogo: o ranking das dívidas de mais de R$ 10 bilhões dos clubes brasileiros”. Link.
    3. Planalto. “Lei 13.155 de 4 de agosto de 2015”. Link.
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