Taxa de juros de empréstimo: entenda quais as modalidades, como calcular e suas diferenças entre os tipos de empréstimos

Entenda como funciona a taxa de juros de empréstimo e aprenda a calculá-la antes de fechar contrato do seu próximo crédito.

Escrito por Mariana Vieira

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Taxa de juros de empréstimo: entenda quais as modalidades, como calcular e suas diferenças entre os tipos de empréstimos

 

Você sabe como calcular a taxa de juros de empréstimo? É possível que não. As fórmulas são complexas e fazer isso pode dar a maior dor de cabeça. No entanto, entender como esse processo funciona é fundamental.

Por quê? A resposta é simples! A partir do cálculo, você descobre quanto efetivamente vai pagar no final do período ao contratar uma linha de crédito. Além disso, essa é uma forma de saber quanto de juros está sendo cobrado, qual o montante referente a encargos, outras taxas e até se existe algum produto embutido que não deveria estar ali.

Sim, isso ainda acontece e você precisa estar com o alerta ligado! Por isso, buscamos deixar mais fácil entender o cálculo da taxa de juros de empréstimos. É o que vamos apresentar neste post. Acompanhe!

O que são juros nos empréstimos?

Antes de mais nada, é importante entender o conceito de juros. É verdade que aprendemos isso na escola, mas raramente conseguimos reproduzir todo o conhecimento matemático na vida real.

Basicamente, tudo se baseia em uma relação entre um tomador (que toma o crédito) e um credor (quem concede o crédito). Se você, tomador, precisa de dinheiro, pode recorrer ao credor para conseguir o recurso, ou seja, fazer um empréstimo.

Assim, o prêmio do credor por disponibilizar o dinheiro é o que chamamos de juro. Como é ele quem corre o risco de não receber seu dinheiro de volta, nada mais justo do que recompensá-lo por isso, concorda? E, consequentemente, quanto maior o risco, mais caro será esse juro (e por isso a análise de crédito é tão importante).

Ainda assim, existem várias modalidades de juros. Vamos ver aqui as duas mais relevantes em um cenário de empréstimo: 

Juros simples

É o mais fácil de entender, pois apenas aplicamos uma taxa sobre o valor inicial (valor emprestado) e não sobre o capital acumulado.

Por exemplo, imagine que você contratou um empréstimo de R$ 1.000 em 10 vezes com taxa de 3% ao mês. Nesse modelo, essa taxa é sempre sobre os R$ 1.000:

R$ 1.000 x 3% = R$ 30

Ou seja, em cima de cada parcela de R$ 100 (1.000/10), você pagará mais R$ 30 de juros, totalizando R$ 130 por mês, até o fim do contrato de 10 meses. Assim, o total desembolsado ao final será de R$ 1.300, sendo que R$ 300 são relativos a juros.

Juros compostos

Na modalidade composta o cálculo é um pouco diferente. Isso porque, aqui, aplicamos o juro sobre o capital acumulado e não somente sobre o capital inicial. Por isso, também chamamos esse modelo de “juros sobre juros”.

Então, voltando ao exemplo anterior, vamos calcular quanto será a quantia final a ser paga nesse modelo:

1º mês: R$ 1.000 x 3% = R$ 30 + R$ 1.000 = R$ 1.030
2º mês: R$ 1.030 x 3% = R$ 30,90 + R$ 1.030 = R$ 1.060,90
3º mês: R$ 1.060,90 x 3% = R$ 31,82 + 1.060,90 = R$ 1.092,72
4º mês: R$ 1.092,72 x 3% = R$ 32,78 + 1.092,72 = R$ 1.125,50
5º mês: R$ 1.125,50 x 3% = R$ 33,76 + 1.125,50 = R$ 1.159,27
6º mês: R$ 1.159,27 x 3% = R$ 34,77 + R$ 1.159,27 = R$ 1.194,05
7º mês: R$ 1.194,05 x 3% = R$ 35,82 + R$ 1.194,05 = R$ 1.229,87
8º mês: R$ 1.229,87 x 3% = R$ 36,89 + R$ 1.229,87 = R$ 1.266,77
9º mês: R$ 1.266,77 x 3% = R$ 38,00 + R$ 1.266,77 = R$ 1.304,77
10º mês: R$ 1.304,77 x 3% = R$ 39,14 + R$ 1.304,77 = R$ 1.343,91

Fica claro que, nesse caso, será pago R$ 1.343,91, sendo R$ 343,91 de juros. Esse resultado é R$ 43,91 maior do que a modalidade simples. Quanto maior for o prazo de pagamento, maior será essa diferença.

Além disso, para saber quanto seriam as parcelas, considerando que elas serão constantes, basta dividir o total por 10. No caso, temos:

R$ 1.343,91 / 10 = R$ 134,39

A má notícia para o tomador é que dificilmente fazem o uso dos juros simples nos empréstimos e financiamentos, sendo a modalidade composta a mais comum.

O cálculo da taxa de juros de empréstimo

Primeiro, você deve saber que toda operação financeira tem mais do que juros. Também existem outras taxas e encargos. A soma de todos esses valores cobrados a mais estão embutidos no chamado Custo Efetivo Total (CET).

O ideal é observar esse percentual para ter certeza das cobranças. Porém, nem todo mundo faz ou sabe disso. Além do mais, sobre as taxas de juros de empréstimos incidem 3 fatores principais:

  • juros;
  • taxa;
  • prazo de pagamento.

Como na maioria das operações financeiras são aplicados os juros compostos, quanto maior for o período de pagamento, mais juros você vai pagar. Por isso, antes de fazer a contabilização, você deve seguir as etapas que mostraremos abaixo.

Confira as cobranças da instituição financeira

Comece verificando quais taxas são cobradas pelo agente financeiro. Cada um deles têm seus próprios valores, assim como uma política de crédito. Além disso, o seu perfil também interfere nesse resultado.

Por exemplo, se o seu score de crédito é baixo, há indicações de que o risco da operação é alto. Isso porque uma pontuação reduzida sinaliza alta probabilidade de inadimplência. Nesse caso, a tendência é que a taxa de juros do empréstimo seja maior.

Considere outros custos

Além da taxa de juros do empréstimo, existem outros fatores que interferem na conta. Veja quais são eles.

Selic

É a taxa básica de juros da economia brasileira. O mercado a usa como referência para determinar as taxas de juros dos empréstimos. Quanto maior for, mais elevada tende a ser cobrança. Até o fim de 2020, a Selic é de 2% ao ano.

CET

O Custo Efetivo Total é composto por:

  • Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que é obrigatório e está incluído no empréstimo. Geralmente, vem discriminado;
  • tarifa de cadastro ou de análise de crédito (TAC), que não são obrigatórias, mas podem ser cobradas;
  • seguro, que pode ser incluído para garantir o pagamento em caso de desemprego ou morte do titular da dívida. No entanto, é opcional.

As instituições ainda podem cobrar taxas de manutenção do cadastro e administrativas.

Quais as diferenças de juros entre os tipos de empréstimos?

As taxas de juros podem variar muito entre as modalidades de empréstimos disponíveis no mercado. Basicamente, quanto menor o risco do credor levar um calote, menor será a taxa.

Vamos ver isso nos tipos de empréstimos a seguir:

Baixo risco

Empréstimos de baixo risco são o tipo mais seguro para o credor e, por isso, costuma ter taxas de juros mais acessíveis ao tomador. Isso acontece porque damos algo como garantia em troca do valor emprestado, seja um bem ou uma renda.

Aqui, podemos citar exemplos como:

Médio risco

Aqui, temos taxas um pouco mais altas, pois não existe um bem que garanta o pagamento em caso de calote do tomador.

Nesse caso, podemos citar os empréstimos pessoais que não exigem garantia. Eles são aprovados com base no seu histórico financeiro, mas sem a necessidade de justificar o recurso.

Alto risco

Finalmente, temos os empréstimos que apresentam alto risco porque, além de não pedirem garantia alguma, são disponibilizados rapidamente ao tomador.

Os mais conhecidos são os juros do cartão de crédito e do cheque especial. Seu risco é alto pois são disponibilizados automaticamente, sendo o primeiro pelo financiamento da fatura e o segundo como um crédito pré-aprovado junto à conta bancária.

Ambos devem ser evitados ao máximo, pois podem comprometer boa parte do seu orçamento mensal, podendo levar ao rápido endividamento.

Como calcular os juros do empréstimo de modo mais fácil?

Depois de ver todos esses critérios, você percebeu que precisa sempre considerar o CET e não só os juros. Além disso, é necessário fazer cálculos complexos, que são pouco inviáveis para o longo prazo. 

É importante destacar que a especificação que trouxemos aqui foi para apresentar a variação com o tempo. No entanto, existe uma fórmula matemática para os juros compostos. Veja:

M = P (1 + i)n

Sendo:

M = montante;
P = principal;
i = taxa de juros;
n = número de parcelas

Para evitar essa fórmula, você pode simplesmente usar alguma calculadora de juros compostos disponível na internet, como a Calculadora de Juros Compostos do nosso site.

Quais são as taxas de juros de empréstimo nos principais bancos?

Hoje, existe no mercado financeiro uma enorme variedade de bancos e financeiras que oferecem os mais diversos tipos de empréstimo com taxas bem variadas.

Em uma busca nos sites dos 5 principais bancos do país, conseguimos entender a média das taxas oferecidas em empréstimos de médio risco. Em geral, encontramos taxas mensais que vão de 1,6% até 7,59% ao mês.

Porém, nem sempre é possível achar informações claras e acessíveis sem que seja preciso abrir conta ou entrar em contato com o banco. Por isso, caso você precise de um empréstimo, o ideal será fazer uma pesquisa mais minuciosa.

Além disso, é importante ressaltar que existem diversas condições de contratação e pagamento que podem influenciar as taxas dos empréstimos, como a análise de crédito, segmentos de clientes com direitos a condições especiais e outros fatores que variam de pessoa para pessoa.

BÔNUS: qual é o empréstimo com a menor taxa de juros?

Entre os empréstimos de baixo risco, aquele que tem a menor taxa de juros é, geralmente, o empréstimo consignado. Isso porque ele é descontado diretamente do salário ou da aposentadoria do tomador, garantindo seu pagamento.

Não é difícil encontrar taxas de juros menores de 2% ao mês. Mesmo assim, não é possível contratar um empréstimo com valor maior do que 30%  do pagamento ou da aposentadoria.

Por isso, caso precise contratar um empréstimo, considere priorizar a modalidade consignada para pagar menos juros e, consequentemente, reduzir o risco do superendividamento.

Conclusão

Nesse texto, você entendeu o que são os juros de empréstimo, como eles são calculados e como podem ser maiores ou menores entre os variados tipos de empréstimo.

Ainda assim, reforçamos a importância de observar os diversos fatores que podem influenciar nos custos totais de um empréstimo, como o CET e condições diferenciadas de cada banco, além das características da sua vida financeira.

Por isso, agora você está apto a tomar melhores decisões caso venha a precisar de um empréstimo! E não esqueça de utilizar a nossa calculadora para facilitar o processo e fazer seus cálculos de maneira mais rápida.

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