As criptomoedas não são o bicho de sete cabeças que você pensa. Veja nesse artigo como investir nessa classe de ativo, mesmo sendo iniciante no mundo dos investimentos!
É difícil entender sobre criptomoedas?
422% de retorno. Inimaginável pensar que poderíamos quadruplicar nosso capital em apenas 1 ano. Foi o que aconteceu com quem era investidor da criptomoeda chamada Ethereum, de janeiro a dezembro de 2021. Já o Bitcoin atingiu 60% de retorno em 2021.
A criptomoeda mais famosa (Bitcoin) existe desde 2008, porém, nos últimos 3 anos as criptomoedas ganharam holofotes com o surgimento de outras moedas com tecnologias diferentes. Além disso, a adoção por grandes investidores, formadores de opinião e a aceitação de instituições como a B3 (bolsa brasileira), contribuíram para que as criptomoedas chegassem aos ouvidos dos investidores iniciantes.
Mesmo sabendo da existência, ainda existem dificuldades quanto à sua operacionalização. Entender criptomoedas já é complexo, por fazerem parte de um sistema robusto e muitas vezes, nem sabemos o porquê tal ativo existe.
O assunto tem um nível de dificuldade, sim, entretanto, o intuito desse conteúdo é simplificar o seu conhecimento para que possa fazer parte dessa classe de ativos que é considerada por muitos o futuro.
O que são criptomoedas?
As criptomoedas são moedas digitais, em que podemos fazer transações utilizando uma tecnologia avançada chamada blockchain, que permite armazenar informações com segurança. Além disso, as criptos têm um diferencial importante: são descentralizadas, ou seja, não são controladas por nenhum governo ou país.
Do ponto de vista da sua utilização, podemos dividir em duas partes: utilizar como moeda e como ativo (estratégia de investimento). No primeiro caso, já observamos alguns movimentos de empresas como a Tesla para aceitar pagamentos dos seus veículos elétricos em criptomoedas. Esse movimento está crescendo de forma substancial e estes ativos podem se tornar o futuro dos meios de pagamento.
Entretanto, atualmente observamos as criptomoedas como um ativo que pode compor a sua carteira de investimentos, trazendo diversificação. Isso acontece pois elas são descorrelacionadas com os outros tipos de investimento. Quando falamos que um investimento é descorrelacionado com os demais, significa dizer que eles possuem movimentos que não são 100% na mesma direção. Isso contribui para que a carteira tenha um melhor retorno ajustado ao risco.
A gestora Hashdex tem um simulador de portfólio em seu site, onde é possível ver o impacto das criptomoedas em uma carteira de investimentos nos últimos 5 anos analisados. Abaixo, a linha verde representa uma carteira conservadora, com adição de 3% em criptomoedas, comparada com a linha amarela, em que não há criptoativos. A linha azul possui apenas 0,1% em criptos, o que traz uma volatilidade semelhante a uma carteira sem essa exposição.
Podemos observar que essa classe de ativos contribuiu para um resultado superior (13,30% contra 8,50%), com uma oscilação ligeiramente maior (3,42% contra 2,12%):
Agora que você conheceu um pouco sobre a importância das criptomoedas para uma estratégia de investimentos, deve estar se perguntando: como investir? Bom, existem algumas formas e vou destacar as mais fáceis até as mais complexas.
Para o investidor iniciante, não é necessário abrir conta em uma corretora de cripto. Corretoras como BTG, XP, Rico, Órama e várias outras possuem alternativas para se expor a este ativo. O mercado vem evoluindo muito de 2 anos até então, e, com certeza, irá evoluir mais.
Fundos de investimento em criptomoedas
A primeira opção é fazer o investir em criptomoedas via fundos. Fundos são estratégias onde existe um gestor profissional que cuida do patrimônio de milhares de investidores, que podem investir valores muito pequenos, como, por exemplo, R$ 100,00. Para quem tem dificuldade no assunto, pode ser uma boa oportunidade terceirizar a estratégia, contudo, irá pagar a taxa de administração, que é normal para qualquer tipo de fundo.
Os fundos contam com uma equipe de profissionais, são regulamentados pela CVM e dão mais segurança para o investidor, além de investirem em estratégias diversificadas a fim de reduzir o risco de quem está começando a investir em criptomoedas, conhecidas por terem uma alta volatilidade. Não necessariamente os fundos investem 100% do recurso nesta classe. Existem produtos no mercado onde é possível ter uma parcela dos recursos investida em criptos e outra em renda fixa, o que diminui o risco.
Hashdex, Vitreo e QR Asset são exemplos de gestoras promissoras no mercado brasileiro, com diversos fundos atrelados a esse mercado. Recentemente, a gestora Giant Steps lançou um fundo de investimentos com estratégia ativa em criptomoedas, com o intuito de superar o índice.
ETFs de criptomoedas
A segunda opção é fazer o investimento via ETFs, considerados também seguros e regulamentados pela legislação brasileira. ETFs são similares a fundos de investimento, por possuírem uma “cesta” de produtos diversificada, entretanto, eles replicam (“copiam”) uma estratégia já existente, ou seja, sua gestão é passiva. Ademais, são negociados em ambiente de bolsa (home broker).
Opções como o HASH11, QBTC11, ETHE11 permitem com que aqueles investidores mais arrojados e preparados psicologicamente estejam 100% expostos à variação destes ativos. Você pode comprar 1 unidade caso queira começar devagar.
O HASH11 é um dos principais ETFs, composto por uma carteira com Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas. É uma estratégia interessante para quem quer diversificar o recurso em mais de um ativo. Já o QBTC11 e BITH11 investem 100% no Bitcoin. QETH11 e ETHE11 são ETFs exclusivos para Ethereum.
Vale ressaltar que todos esses produtos também estão expostos ao dólar, o que garante uma proteção, por ser moeda forte.
Investimento direto em criptomoedas
A terceira opção de investir em criptomoedas, na minha opinião, é um pouco mais complexa para quem está começando, mas também é válida. É possível fazer o investimento em corretoras de cripto como Mercado Bitcoin e Binance, FoxBit e Coinbase, investindo sem a intermediação de terceiros (fundos e ETFs).
Neste caso, você também está exposto 100% à variação da moeda. Se você não tem segurança ou não quer abrir uma conta em outra corretora além da sua, essa opção pode não ser atrativa para você num primeiro momento.
Algumas corretoras vêm se movimentando para permitir negociação de criptoativos em sua plataforma, como o BTG. Portanto, em breve, será mais fácil ainda comprar criptos dentro da sua própria corretora, sem a necessidade de abrir contas em outras plataformas.
O mercado está evoluindo muito e você, que é investidor iniciante, não tem mais desculpas para investir no mercado de criptos. Com as três opções acima é possível profissionalizar a sua carteira investindo muito pouco. Um passo de cada vez.