Quando é a hora de vender uma ação da carteira?

Para o investidor iniciante, nem sempre é clara a hora de vender uma ação da carteira. Entenda 3 momentos onde isso é recomendável.

Escrito por Tiago Reis

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Esta é uma das perguntas que eu mais recebo: como saber quando é a hora de vender uma ação? Afinal, quais os limites do buy and hold (comprar e segurar)? Como saber se estou insistindo em uma ação que não será mais vantajosa para minha carteira? 

Claro que algumas pessoas, muitas vezes, precisam vender algumas ações por pura necessidade. Aí já vai a minha primeira dica: nunca invista o dinheiro que você vai precisar no futuro. Sua reserva de emergência deve estar alocada em um investimento seguro e com liquidez diária, de preferência, para que você tenha acesso a ele a qualquer momento. E a renda fixa é excelente para isso. 

Assim, excluindo essa situação, que não é a ideal, vou apresentar hoje em quais momentos você deve considerar abrir mão de alguns papéis. Continue a leitura para entender.

1. Deterioração do negócio

Quando você compra ações de uma empresa, mesmo estudando o negócio e tomando os devidos cuidados para fazer uma compra interessante, não possui uma bola de cristal para saber o futuro. O negócio daquela companhia pode se deteriorar ao longo do tempo e aquela empresa que era boa, agora pode não ser mais. O melhor a se fazer, nesse caso, é vender o quanto antes. Costumo dizer que o primeiro prejuízo é sempre o menor e saber aceitar perdas, muitas vezes, livra você de perder ainda mais. 

Então, se você comprou uma empresa que teve uma deterioração estrutural do seu negócio, talvez zerar ela o mais rápido possível seja o melhor que você faz. E eu sei que não é fácil reconhecer se é uma destruição de valor estrutural ou se é algo conjuntural de um trimestre ruim. Por isso, o trabalho de um analista é importante e pode te ajudar a entender justamente isso: se o resultado daquela empresa veio ruim por conta de algo que mudou estruturalmente ou se foram alguns fatores sazonais que impactaram, mas a empresa tende a voltar a  ser um bom negócio no longo prazo. 

Não é todo analista que vai chegar na mesma conclusão, mas, para o investidor, é importante buscar este tipo de análise e ler os relatórios, para entender melhor o que aconteceu de fato com aquela empresa que era tão boa e que, agora, aparentemente, não é mais.

2. Novas oportunidades

Se surgir um negócio muito melhor para você investir, você deve, sim, considerar vender papéis para adquirir essa nova opção, mesmo se você já investe em uma boa empresa. Quando não se tem novos recursos para aproveitar a oportunidade, este é o caminho. 

Você tem que fazer o que é melhor para sua carteira, sem apegos emocionais e com muita informação. Esse é um jogo que todo investidor deve saber fazer: realocar posições, vender uma parte daqui para comprar outras empresas ali. Não precisa nem abrir mão de todos os papéis que você possui, dividir o bolo costuma ser uma ótima opção.

3. Ações estão caras

Se o nível de preço chegar num patamar extremamente elevado, por exemplo, 25, 30, 40, 50 vezes o lucro para uma empresa que cresce pouco, que já está na maturidade, talvez seja interessante você considerar vender ações dessa companhia.

Quer um exemplo? Se Warren Buffett tivesse vendido suas ações da Coca-Cola em 1997, quando os papéis eram negociados a quase 60 vezes o lucro, ele provavelmente teria feito um bom negócio, porque de lá para cá as ações da Coca-Cola estão quase no mesmo patamar, ajustado à inflação — e lá se vão 20 anos. 

Assim, quando uma ação que você investe chega num patamar extremamente elevado, como a Coca-Cola, um patamar quase insustentável para uma empresa que já está madura, talvez seja a hora de vender suas ações. Isso não acontece todo dia, é bem raro, na verdade, mas pode acontecer.

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